Por Lucia Mutikani
WASHINGTON (Reuters) – O crescimento econômico dos Estados Unidos desacelerou ligeiramente mais do que o esperado no quarto trimestre de 2017 uma vez que ritmo mais forte de gastos do consumidor em três anos atraiu importações e reduziu estoques.
O produto interno bruto (PIB) expandiu a uma taxa anual de 2,5 por cento nos últimos três meses de 2017, em vez do ritmo de 2,6 por cento relatado anteriormente, disse o Departamento de Comércio norte-americano em sua segunda estimativa do PIB nesta quarta-feira. O movimento representa uma desaceleração ante o ritmo de 3,2 por cento do terceiro trimestre de 2017.
A redução da estimativa de crescimento do PIB no quarto trimestre refletiu em grande parte um acúmulo de estoque menor do que o relatado anteriormente. A projeção para o PIB ficou em linha com as expectativas dos economistas.
A economia parece ter perdido mais força no início do ano, com dados recentes mostrando que as vendas no varejo, as vendas de moradias, as encomendas de bens duráveis e a produção industrial recuaram em janeiro. Além disso, o déficit comercial de bens aumentou no mês passado diante da queda das exportações.
O crescimento do primeiro trimestre tende a ser fraco por causa de efeitos sazonais, mas deve acelerar no restante de 2018 com o estímulo de um pacote de corte de impostos de 1,5 trilhão de dólares e o aumento dos gastos do governo. A estimativa de crescimento do PIB para o primeiro trimestre de 2018 é de 1,8 por cento.
Os economistas acreditam que a economia atingirá a meta de crescimento anual de 3 por cento do governo de Donald Trump neste ano, possivelmente pressionando o Federal Reserve, banco central do país, a aumentar a taxa de juros um pouco mais agressivamente do que o esperado atualmente.
A economia cresceu 2,3 por cento em 2017, uma aceleração ante 1,5 por cento registrado em 2016.
O crescimento dos gastos do consumidor, que representam mais de dois terços da atividade econômica dos EUA, permaneceu em 3,8 por cento no quarto trimestre. Esse foi o ritmo mais rápido desde o quarto trimestre de 2014 e seguiu-se a uma taxa de crescimento de 2,2 por cento no período de julho a setembro.
Mas as importações cresceram a um ritmo de 14 por cento, em vez dos 13,9 por cento divulgados anteriormente. Foi o ritmo mais acelerado desde o terceiro trimestre de 2010, e compensou o aumento das exportações que está sendo provocado pela fraqueza do dólar.