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Pesquisa publicada na The Lancet comprova que cloroquina pode matar

A exaustiva controvérsia sobre a eficácia da cloroquina e da hidroxicloroquina nos tratamentos paliativos contra a covid-19 ganhou mais um argumento a favor da ciência. A prestigiada revista médica britânica The Lancet publicou, nesta sexta-feira (22), os resultados da maior pesquisa sobre o tema, envolvendo 96 mil pacientes de coronavírus em seis continentes. Os resultados mostraram que os medicamentos não ajudam os infectados e, em alguns casos, podem contribuir para a morte.

O estudo foi conduzido entre 20 de dezembro de 2019 e 14 de abril. Entre os que não fizeram uso das substâncias, a taxa de óbito foi 9,3%. Já entre os grupos que receberam as substâncias em diferentes combinações, a mortalidade variou de 16,4% até 23,8%. A pior combinação foi a de hidroxicloroquina com antibióticos (do tipo macrólidos).

Os resultados derrubam a defesa que o presidente Jair Bolsonaro faz da cloroquina sem nenhuma base científica, contrariando as recomendações das instituições de pesquisa. Os protocolos do Ministério da Saúde foram alterados nesta quinta-feira (21) para permitir o uso das substâncias nos casos iniciais de covid-19. Antes, o emprego era opcional em casos graves.

Dos 96.032 pacientes analisados, 14.888 receberam quatro diferentes tratamentos com cloroquina e hidroxicloroquina: 1.868, apenas cloroquina; 3.016 só hidroxiloroquina; 3.783 uma combinação de cloroquina e antibióticos macrólidos; 6.221, hidroxiclorquina e os mesmos antibióticos. Os demais 81.144 pacientes que formaram o grupo de controle e não receberam tais substâncias.

No grupo de controle, a taxa de mortalidade foi de 9,3%, com 7.530 vítimas fatais. Eis os resultados entre os pesquisados: 16,4% (307 mortes) entre os tratados com cloroquina; 18% (543) entre os que receberam hidroxicloroquina; 22,2% (839) entre os que ganharam cloroquina e antibióticos; e 23,8% (1.479) entre os avaliados com hidroxicloroquina e antibióticos.

Há também o sério risco de arritmia cardíaca. Dos 6.221 pacientes tratados com hidroxicloroquina combinada com antibióticos, 8% (502) apresentaram problemas. No grupo controle, que não recebeu as substâncias, o índice ficou em 0,3%.

“Este é o primeiro estudo em larga escala a encontrar evidências robustas estatisticamente de que o tratamento com cloroquina ou hidroxicloroquina não traz benefícios a pacientes com covid-19”, afirmou um dos autores do trabalho, Mandeep Mehra, diretor do Brigham and Women’s Hospital, em Boston (EUA).

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