Pesquisadores pelo mundo afora estão em uma maratona em busca de medicamentos para atenuar os efeitos da covid-19, enquanto não surge uma cura definitiva ou uma vacina capaz de imunizar a população. No Brasil, apesar dos sucessivos cortes nos investimentos científicos, está em curso a primeira fase de estudos clínicos com voluntários que receberão doses do antirretroviral tenofovir, substância promissora pesquisada pela USP Ribeirão Preto, em São Paulo. Os testes com pacientes estão para começar no Hospital São José de Doenças Infecciosas, em Fortaleza, por meio de um convênio com o governo cearense.
Para entender o que está em jogo, MONEY REPORT entrevistou quatro dos pesquisadores envolvidos no trabalho com o fumarato de tenofovir, que há anos é usado contra o HIV. Como a maioria da comunidade científica, eles apostam na reposição de antivirais, que é o emprego de medicamentos já conhecidos contra outros males, o que permite pular etapas nas pesquisas. O tenofovir é promissor, pois apresenta resultados em laboratório similares aos do remdesivir, com a vantagem de ser produzido no Brasil, prometendo reduzir o tempo de internação dos pacientes, liberando leitos hospitalares durante a pandemia.