Em entrevista ao jornal O Globo, o escritor Gay Talese, conhecido por vários best-sellers, entre os quais “A Mulher do Próximo”, definiu-se como “absolutista da liberdade de expressão”. Perguntado sobre um dos temas do momento, a cultura do cancelamento, Talese respondeu: “Acho que essa atmosfera em que apenas um lado detém a definição de “virtude”, “retidão” e “igualitarismo” é uma tendência perigosa e contrária aos princípios democráticos. Mas pode ser que minha voz seja considerada irrelevante e antiquada – a voz de um jornalista formado em outra época. Se eu trabalhasse no jornalismo diário hoje, talvez fosse demitido. Felizmente, aos 88 anos, não estou preocupado. Tenho dois livros para entregar, nenhum deles é sobre política. Como jovem repórter do New York Times, me esquivei da política. A matéria política é efêmera. Parece aqueles pequenos aviões que desenham e escrevem com fumaça no céu. Você está nas nuvens, circulando para lá e para cá, escrevendo palavras que, momentos depois, perdem a forma e desaparecem para sempre”.
Uma resposta
Telese sabe das coisas. Tem os pés no chão e sabe quanto o jornalismo mudou. Ele, não.