A bolsa brasileira opera na contramão do cenário internacional e recua nesta segunda-feira, 17, com a repercussão de uma possível saída do ministro da Economia, Paulo Guedes. Às 10h27, o Ibovespa, principal índice da B3, caía 0,41% para 100.995 pontos.
No fim de semana, os rumores de que Guedes deixará o governo ganharam força, com o presidente Jair Bolsonaro sinalizando ser contrário ao cumprimento do teto de gastos. “Houve a saída de cargos importantes do ministério da Economia e isso enfraquece a agenda liberal do Paulo Guedes. O mercado aguarda apreensivo como vai ser essa questão do teto de gastos, que é uma pauta que o Guedes sempre defendeu. Então começa a se ventilar até sua saída. O risco político está voltando a ganhar força. Há muitas incertezas”, afirma Gustavo Bertotti.
Para Bertotti, as discussões sobre o teto de gastos devem ganhar ainda mais relevância no mercado nesta semana, tendo em vista a agenda econômica esvaziada nas principais economias do mundo.
No exterior, as bolsas sobem na esteira do mercado chinês, que teve iniciou a semana em alta, após o governo local injetar mais estímulos na economia. “Esse noticiário se sobrepõe às tensões geopolíticas entre Washington e Pequim e às preocupações globais sobre os impactos econômicos do coronavírus”, avalia a equipe de analistas da Exame Research.
Na bolsa, ações com grande peso no Ibovespa, como as da Petrobras e dos grandes bancos são negociadas em queda e ajudam a puxar o índice para baixo. Na ponta positiva, lideram os papéis dos frigoríficos, que ainda sentem os efeitos dos balanços fortes divulgados no fim da semana passada.
Por Guilherme Guilherme
Publicado originalmente em https://exame.com/mercados/ibovespa-cai-na-contramao-do-exterior-com-queda-de-bancos-e-petrobras/