Mark Zuckerberg, o presidente do Facebook, teria usado um encontro que teve com o presidente americano Donald Trump no ano passado para incitar as preocupações de Washington acerca do popular aplicativo de vídeos chinês TikTok — que desde o mês passado vem sofrendo retaliações de países como a Índia e também dos Estados Unidos. Segundo o jornal americano The Wall Street Journal, Zuckerberg teria dito a Trump que o crescimento das companhias chinesas de internet poderia “prejudicar os negócios americanos”.
O jornal afirma que Zuckerberg falou especificamente sobre o TikTok em um encontro com diversos senadores. Em outubro de 2019 um senador que havia participado do encontro com o criador do Facebook escreveu uma carta ordenando um inquérito para analisar o app chinês.
Daí em diante a situação piorou.
Neste mês Trump assinou uma ordem executiva para que a companhia ByteDance, controladora do TikTok, vendesse as operações nos EUA para uma companhia americana — e a Microsoft e a Oracle são possíveis compradoras.
No final de julho, Zuckerberg participou de uma audiência sobre práticas anticompetitivas ao lado de Jeff Bezos, da Amazon, Sundar Pichai, do Google, e de Tim Cook, da Apple. A acusão do Facebook era de que a rede social neutralizava os concorrentes a fim de se manter no topo.
A prova do monopólio de Zuckerberg para os congressistas está no fato de que, quando o Facebook reparou que o Instagram era uma ameaça, rapidamente comprou o aplicativo de fotos. “Nós enxergávamos o Instagram como uma ameaça, mas também como um adicional para nossos serviços. Por isso compramos”, explicou Zuckerberg.
Por Tamires Vitorio
Publicado originalmente em https://exame.com/tecnologia/zuckerberg-pode-ter-plantado-a-discordia-entre-trump-e-tiktok/