Em entrevista a MONEY REPORT, Carlos Humberto, criador da Diáspora Black, fala sobre o crescimento do mercado voltado à cultura negra no Brasil, em especial no segmento turístico. Sua empresa é uma traveltech criada há quatro anos e que recebeu aportes de investidores desde a fase semente. “Não somos só uma agência de viagens. Oferecemos roteiros de cultura negra, treinamento e atividades on-line”, diz Humberto. O filão é imenso e desprezado, já que pretos e pardos (terminologias do IBGE) somam 115 milhões de brasileiros. É um mundo de gente que produz e faz circular até R$ 1,7 trilhão ao ano, de acordo com estimativas de 2018. “Até 70% das nossas manifestações culturais vêm da matriz afro”, conta. “Algo que o mercado nunca soube ‘empacotar’ direito”. Além de viagens para a África, os roteiros incluem: Ouro Preto (MG), Rota da Liberdade (entre RJ e SP), Pequena África (na cidade do Rio), bairro da Liberdade (na capital paulista), Quilombo dos Palmares (AL), Festa da Boa Morte (no Recôncavo Baiano) e Amazônia Quilombola. A Diáspora também treina de pousadas a grandes empresas de varejo a lidar com o consumidor negro, identificando tendências sem cair em estereótipos.