A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou, nesta quinta-feira (1º), que começa a analisar o primeiro pedido de registro de uma vacina contra a covid-19. O processo de revisão das informações fornecidas segue novas normas, que por causa da pandemia, abriram lugar para uma flexibilização válida desde terça-feira (29). A documentação científica exigida foi reduzida e o processo para aprovação dos imunizantes, simplificado.
O pedido protocolado hoje é da farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca, que desenvolve uma pesquisa global com a Universidade de Oxford, do Reino Unido. Agora, os técnicos da Anvisa vão começar a verificar resultados, começando desde os estudos pré-clínicos, aqueles que não envolve cobaias humanas. Em nota, a agência afirma que isso não significa que já se possa chegar a uma conclusão sobre a qualidade, segurança e eficácia da vacina, pois muitos dados ainda precisam ser submetidos à análise. Se aprovada, a agência vai analisar as duas fases seguintes, uma por uma.
Os testes clínicos ainda estão em andamento, inclusive no Brasil. Dos 57 mil voluntários ao redor do mundo que receberam ou ainda vão receber uma dose do imunizante, 10 mil são brasileiros. Os ensaios ocorrem graças a um acordo internacional com a Fundação Oswaldo Cruz, que contou com a ajuda da Fundação Lemann, que financiou a infraestrutura de equipamentos e profissional (corpo médico especializado) para o início dos testes. Das 176 pesquisas para uma vacina contra a covid-19 em andamento, outras oito se encontram na fase 3 final.
Conhecida como Vacina de Oxford, o imunizante da AstraZeneca é um vetor viral, desenvolvido a partir de um vírus modificado que recebeu parte do material genético do novo coronavírus. A intenção é usa-lo para induzir a criação de anticorpos nos seres humanos.
Se funcionar, o Brasil tem planos para comprar 265 milhões de doses em 2021, que serão distribuídas em uma campanha do Sistema Único de Saúde.