A maioria das empresas varejistas operando no Brasil investiram em alguma tecnologia disruptiva nos últimos dez anos e a maior parte (76%) delas registrou aumento da receita por funcionário no mesmo período. Além disso, 90% das companhias ampliaram o número de funcionários, e, destas, 80% apresentaram um aumento de receita e do número de lojas, evidenciando que a tecnologia empregada está gerando maior eficiência e que este é um setor ainda com grande potencial de crescimento.
Por outro lado, esse desenvolvimento está ampliando também alguns riscos emergentes no setor. A utilização de big data para capturar grandes volumes de informações sobre clientes pode levar à sobrecarga da infraestrutura tradicional; o mau funcionamento, as interrupções de sistemas e as violações de segurança podem expor dados sensíveis; com mais visibilidade, essas empresas podem sofrer ataques cibernéticos. Essas são algumas das conclusões da pesquisa “Um olhar sobre a transformação digital do varejo brasileiro”, conduzida pela KPMG com base em informações coletadas sobre 17 empresas de consumo e varejo com atuação no país.
“Os dados relevam que, mesmo com o aumento do número de funcionários, na maioria das empresas pesquisadas, há uma evidente melhora na eficiência. Significa que, na prática, há um movimento consistente de geração de negócios e de crescimento operacional, o que pode se tornar ainda mais robusto com investimentos em novas estratégias e tecnologias”, destacou Fernando Gambôa, sócio-líder de Consumo e Varejo da KPMG no Brasil e na América do Sul.
O conteúdo também revelou que 85% das empresam adotaram o omnichannel a fim de integrar o ambiente virtual e físico. Entre os recursos utilizados, estão clique & retire, retire de carro, delivery express, scan & go. Outro dado relevante é que 14 das 17 (82%) empresas analisadas aumentaram o número de lojas físicas ao longo dos 10 anos e apenas uma (5%) diminuiu o número de funcionários.
“Os riscos de reputação também aumentaram devido às mídias sociais e à internet e há uma pressão crescente para atender às demandas dos clientes. Do ponto de vista de mercado, há ainda os riscos de implementação de novos modelos de negócio e há dificuldades para concorrer com outras empresas que disponibilizam produtos com descontos no e-commerce”, afirmou Marcelo de Angelo, sócio de Consultoria em Riscos da KPMG no Brasil.