A proposta que pode dar autonomia formal ao Banco Central (BC) deverá ser votada na terça-feira (3), após 30 anos de discussões. Não há consenso quanto ao resultado. Os parlamentares favoráveis defendem uma maior segurança contra pressões político-partidárias, evitando trocas na direção da instituição ao sabor das vontades presidenciais. Já os contrários, apontam para o risco de desalinhamento entre o Executivo e a política monetária, já que o governo perderia a capacidade de estimular o crescimento em momentos de crise.
O tema voltou à mesa de discussão na campanha presidencial de 2018 – candidatos de lados opostos, como o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, já se mostraram a favor da autonomia. Em 2020, a questão ainda parece estar longe de uma resolução consensual, mesmo assim o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), decidir pautar o projeto.
Vale destacar que autonomia é diferente de independência. Independente do resultado, o BC ainda responderá ao governo, mas de forma descentralizada, podendo implementar políticas monetárias sem discussões prévias na esfera política.