“O varejo não pode se desconectar de sua cadeia de valor, do impacto do que vende”, diz diretora de sustentabilidade
O Grupo Pão de Açúcar (GPA) acaba de ser incluído em seleto grupo de empresas visto como sustentável por investidores. Pela primeira vez, o grupo de varejo alimentar passará a integrar o Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bolsa de Valores (ISE B3), que tem validade de 4 de janeiro a 30 de dezembro de 2021.
Criado em 2015, o ISE B3 é o quarto indicador deste tipo no mundo e convida a participar as empresas que detém as 200 ações mais líquidas na B3. Foi o caso do GPA: convidado a participar do índice em 2021, o grupo passou o último ano adaptando alguns de seus processos internos.
O GPA também evoluiu no CDP Clima, sistema de divulgação global para empresas, cidades e estados medirem e gerenciarem seus impactos ambientais relacionados a mudanças climáticas. O grupo conquistou nota D em 2018, nota B- em 2019 e nota B em 2020. O grupo pretende reduzir essas emissões em, no mínimo, 30% até 2025 tendo como base o ano de 2015.
Embora o grupo tenha uma área específica voltada para a sustentabilidade, esse é um esforço de toda a empresa, diz Susy Yoshimura, diretora de Sustentabilidade do GPA. “Sustentabilidade precisa ser um compromisso das mais de 100 mil pessoas que trabalham no grupo e quem precisa garantir isso é a alta liderança”, afirma ela.
O GPA monitora a emissão de carbono emitidos por suas atividades diretas desde 2010. O principal problema para as emissões de gases de efeito estufa são os refrigeradores, que usam gases refrigerantes, e as emissões de carbono das lojas. A empresa vem realizando manutenções preventivas e trocando seus equipamentos para reduzir o uso de gases refrigerantes nocivos. Além disso, tenta reduzir os rejeitos gerados nas lojas ao doar ou vender com desconto itens próximos do vencimento, compostar resíduos orgânicos, entre outros.
O impacto indireto de toda sua cadeia, por outro lado, é maior. “O varejo não pode se desconectar de sua cadeia de valor, do impacto do que vende”, diz Yoshimura. A companhia fez uma análise do risco e do impacto de toda sua cadeia em 2018 e deve atualizar a análise este ano. A empresa avalia a origem da carne – se não vem de área desmatada e se obedecem a critérios de bem estar animal por exemplo – e se as condições de trabalho durante a produção dos itens são adequadas.
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Por Karin Salomão
Publicado originalmente em: https://exame.com/negocios/grupo-pao-de-acucar-integra-seleto-grupo-de-empresas-sustentaveis-na-b3/