O governo federal não pagou a penúltima parcela de US$ 292 milhões ao Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), instituição de fomento financeiro do grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). O vencimento da dívida ocorreu no domingo (3). Coincidentemente, o país ficou inadimplente no mesmo período em que o brasileiro Marcos Troyjo esteve na presidência da instituição por indicação do presidente Jair Bolsonaro. Os recursos para o pagamento desse e de outros compromissos multilaterais ficaram fora do Orçamento de 2020.
O pagamento ao NDB é uma obrigação financeira prevista por tratado internacional e tema de um decreto presidencial de 2015 que possibilitou a criação do banco. O seu descumprimento fará o Brasil, que detém 20% de participação acionária, perder parte do direito a voto. A falta de pagamento aos organismos multilaterais prejudica a concessão de empréstimos. No caso do NDB, há programa emergencial de US$ 1 bilhão em apoio à renda de populações vulneráveis afetadas pela covid-19.