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Amadorismo do Parler permitirá incriminar radicais

Rede social preferida de extrema direita americana, o Parler não garantiu o sigilo de seus usuários antes de ser retirado do ar. É que os operadores da plataforma usaram uma codificação amadora e aberta, enquanto adeptos do QAnon, neonazistas e supremacistas brancos, acreditando na promessa de “liberdade de expressão” misturada com preservação da privacidade, migraram para o aplicativo, enquanto as redes tradicionais se esforçam para conter a disseminação de conteúdo extremista.

Agora, milhares podem acabar investigados e até processados por postagens de ódio, racismo e participação ou incentivo à invasão do Capitólio. Só com emprego das imagens de celular e vídeos postados na internet, o FBI já identificou mais de 150 suspeitos que participaram do motim em Washington.

E o que já estava ruim pode piorar. Um hacker (ou um grupo de deles) que se identifica como donk_enby afirmou que arquivou todos os 80 terabytes de informações do Parler. São mensagens, fotos, vídeos e até a geolocalização dos usuários. Outro ponto de fragilidade do aplicativo são as postagens apagadas, que não tinham suas informações excluídas do sistema, que marcava apenas uma indicação de exclusão. Com tantos terabytes de informações, a lista de suspeitos deve aumentar, assim que os dados forem processados ​​e logo mais, apresentados (pois é isso que hackers fazem). Seja lá que for, donk_enby explicou que ele e seus parceiros não fizeram nada ilegal. “Tudo o que pegamos estava disponível publicamente na web”, afirmou ao site Vice. O hacker explicou como foi simples fazer a raspagem dos dados utilizando apenas iPad com jailbreak e Ghidra, um software de engenharia reversa projetado pela Agência de Segurança dos Estados Unidos. Ele não deixou claro como obteve um programa de espionagem do governo.

O antissemita da camiseta
Entre os detidos por causa da invasão do Capitólio está Robert Keith Packer (imagem abaixo), 56 anos, do estado da Virginia. Sua foto viralizou ao aparecer no ato com um moletom que estampava os dizeres “Camp Auschwitz”, uma referência clara ao famigerado campo de extermínio nazista erguido na Polônia. De acordo com informações do FBI à CNN dos EUA nesta quinta-feira (14), Packer já foi condenado três vezes por dirigir alcoolizado e por falsificação de registros públicos. Ele está na Cadeia Regional de Western Tidewater, na Virgínia, aguardando julgamento.

Vale destacar que a glorificação do nazismo nos Estados Unidos não é crime. Em 2020, junto com Ucrânia e Palau, os EUA votaram contra a resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a condenação da glorificação do nazismo, alegando “preocupações com a liberdade de expressão.” A apologia ao nazismo é considerada crime contra a humanidade na maioria dos países, incluindo o Brasil.

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