Em entrevista a MONEY REPORT, Maurício Harger, presidente da Mexichem Brasil, grupo dono de marcas como a Amanco, diz que o país precisa simplificar as relações das empresas com colaboradores e com o Fisco e, também, investir para aumentar a produtividade.
Qual o grande entrave aos negócios no Brasil?
É o custo Brasil. E ele aparece na falta de regras claras que deem previsibilidade nas relações – principalmente entre empresa e Fisco e empresa e colaboradores. Isso gera um grande problema. Temos que administrar essas questões quando deveríamos trabalhar para aumentar a produtividade. É por isso que as reformas tributária e trabalhista são muito importantes. Elas permitem relações claras e previsíveis entre as partes.
E como aumentar a produtividade?
Nosso parque industrial não está tão atualizado. As novas tecnologias da Indústria 4.0 facilitam o trabalho dos colaboradores e são fundamentais para o ganho de produtividade que o país precisa para ser mais competitivo. Mas, como disse antes, precisamos simplificar as regras para abrirmos espaço para as empresas poderem pensar mais em inovação e crescimento.
O que você espera do próximo presidente?
Em primeiro lugar, ele deve ser íntegro. Além disso, precisa adotar uma agenda de reformas contínua, sustentável e de longo prazo. Uma agenda de produtividade. Precisamos nos preparar para não sofrermos nova crise hídrica ou apagão no setor energético, portuário ou aeroportuário.
Como você avalia as perspectivas econômicas para os próximos anos?
Passamos por eventos negativos no país, mas soubemos administrá-los de forma positiva. As punições aos políticos e empresários foram bem vistas por investidores externos, e a imagem do Brasil é melhor do que antes. Agora acredito que podemos viver um novo ciclo de crescimento. O país tem capacidade de crescer até 3% ao ano. Mas esse é o limite. Para crescer mais, só com a aprovação de uma agenda da produtividade. Por isso precisamos de reformas.