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Privatização da Eletrobras pode ficar para agosto

O prazo-limite para a liquidação da oferta de ações da companhia

O presidente da Eletrobras, Rodrigo Limp, admitiu em reunião nesta terça-feira (22) que a Eletrobras ainda trabalha na previsão de uma operação de capitalização em maio e posterior privatização da empresa, mas que o processo poderá ser concluído apenas em agosto.

O prazo-limite para a liquidação da oferta de ações da companhia é 13 de maio. A data é explicada porque a empresa tem 134 dias para liquidar a operação a contar de 31 de dezembro caso queira usar o balanço do quatro trimestre para fazer a oferta. Mas, se a oferta ocorrer em data posterior, a Eletrobras vai precisar se basear no balanço do primeiro trimestre de 2022, que tem previsão de publicação em 16 de maio. Nessa hipótese, a oferta passaria para meados de agosto. O problema é que quanto mais próximo da eleição aumenta a incerteza sobre a viabilidade da privatização, dizem especialistas.

Interferência da guerra

O cenário externo de conflito entre Rússia e Ucrânia e possível volatilidade e desvalorização das ações da Eletrobras e das empresas do grupo não deve afastar os investidores nem afetar o processo de privatização da empresa do setor elétrico, afirmou Rodrigo Limp na coletiva.

Segundo ele, o cronograma está mantido e prevê concluir o processo de privatização em 13 de maio. “A Eletrobras é um ativo de longo prazo. A gente trabalha com a expectativa de que haja interesse grande na capitalização da empresa”

Para a desestatização da empresa, existem etapas internas e externas a serem cumpridas. Entre as fases internas, Limp citou a preparação e publicação da oferta, tratativas com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e realização de roadshow financeiro (reuniões com potenciais investidores). Externamente, ele citou a aprovação do trâmite pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Ao comentar o risco de concentração de mercado na área de geração de energia, com a passagem da participação de 30% das mãos do Estado para a iniciativa privada, Limp argumentou que a Eletrobras vai deixar de ser controladora de Itaipu e de Eletronuclear, o que já diminui o percentual de geração.

Limp também lembrou que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) tem a função de impedir essa concentração de mercado. ”A regulação está aí para impedir qualquer efeito de concentração de mercado no setor elétrico. Hoje não temos essa visão”. E completou: “Confiamos na regulação do setor para garantir o bom funcionamento do mercado”.

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