O jornalista britânico Thomas Hornall é ghostwriter de empreendedores que desejam contar sua trajetória e seu legado. Não é um profissional muito famoso, mas tem insights valiosos e gosto de segui-lo na plataforma X. Nesta semana, ele fez um post comparando Estados Unidos e Grã-Bretanha, dizendo que o oceano que separa os dois países não é de água – e sim de mindset. Vi enormes semelhanças entre a cultura britânica por ele descrita e a postura dos brasileiros quando o assunto é dinheiro ou sucesso. Indo ao limite, somos um país com cidadãos que têm pudores de falar quanto ganham, se contentam com o fracasso e enxergam com ressentimento o triunfo alheio.
Hornall listou sete diferenças básicas entre americanos e britânicos – mas é possível imaginar que a lista também poderia confrontar os Estados Unidos e o Brasil:
+ Abertura em relação às finanças: americanos discutem livremente salários, negócios e receitas. Já os britânicos são reservados e desajeitados ao falar de assuntos relacionados ao dinheiro.
+ Acreditar na possibilidade: quando se discute grandes planos nos EUA, a reação é: “Por que não?”. No Reino Unido: “Por que se importar com isso?”. Uma cultura é pró-expansão; a outra a reprime.
+ Mentalidade do crescimento contínuo: americanos celebram vitórias com um genuíno e contagiante entusiasmo, com frases de incentivo, high-fives, celebrações. Já os britânicos desdenham e desgostam deste tipo de atitude com uma inveja impotente, dizendo: “quem ele pensa que é?”. Uma atitude leva os barcos adiante. A outra os afunda.
+ Foco no aprendizado. Toda vitória provoca perguntas imediatas: “O que funcionou?”; “Como fizemos isso?”; “Você pode me ensinar?”. Os americanos estudam o sucesso. Já os britânicos suspeitam dele.
+ Tolerância ao risco: nos Estados Unidos, a derrota é uma prova de que você tentou e não conseguiu… desta vez. No Reino Unido, a derrota é como uma mancha geracional que tentamos apagar silenciosamente a portas fechadas. Não é de se admirar que a América cresça enquanto a Grã-Bretanha está estagnada.
+ Velocidade de execução: Nos EUA, dizem: “Vamos fazer acontecer”. Atendem a uma chamada. Indicam por meio de redes. Mentalidade de ação em primeiro lugar. No Reino Unido: “Vamos ser realistas”. Listemos os problemas primeiro. Os piores cenários. Todos os motivos para NÃO tentar. Americanos enviam enquanto britânicos embaralham.
+ Siga o dinheiro: A Grã-Bretanha perderá quase 10.000 milionários este ano. Já a previsão é que os EUA ganhem quase 4.000. O capital flui para onde é respeitado, não ressentido.
Precisamos acabar com essa cultura do fracasso que nos cerca e nos corrói. Chega de colocar os pobres contra os ricos. Vamos construir uma nação em que todos os pobres queiram ser ricos – e enxerguem as oportunidades que nos cercam o tempo todo. A mentalidade empreendedora precisa florescer entre os brasileiros e nos tirar deste marasmo que segura o país há décadas. Vamos acabar com o preconceito contra o sucesso.