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Ansiedade: a palavra que define 2024 ou o novo mal do século?

A empresa de advocacy Cause e o instituto de pesquisas IDEIA juntaram esforços para eleger qual a palavra que melhor definiria o ano de 2024. A vencedora foi “ansiedade”. Curiosamente, este foi o ano em que o filme “Divertidamente” ganhou uma sequência e novos personagens representando emoções foram apresentados. Entre eles, está a Ansiedade (imagem).

Foi um ano marcado mais uma vez por polêmicas e um ambiente polarizado que extrapolou as quatro linhas da política. Polemizou-se de tudo e houve batalhas homéricas nas redes sociais, discutindo-se sobre os mais variados temas. Com uma profusão de debates, não é à toa que as pessoas passassem o ano ansiosas.

Mas há um ponto que é preciso explorar nessa discussão. Estamos passando por um forte período de transição. A vida que conhecemos não existe mais e o presente, nem de perto, será semelhante ao futuro próximo. Nosso mundo está mudando a uma velocidade enorme, trazendo mudanças que requerem adaptações imediatas.

Mudanças trazem medo. E a ansiedade nasce justamente do temor. Quando vemos um presente em constante transformação – e rápida –, ficamos sem referência sobre o amanhã. E, sem a menor noção do que vai acontecer conosco, ficamos bastante ansiosos.

Um dos motores dessa transformação é a inteligência artificial. Aproveitei, então, para perguntar a uma ferramenta dessas a razão pela qual a palavra “ansiedade” havia sido escolhida pela pesquisa Cause/IDEIA. A resposta foi a seguinte: “A palavra “ansiedade” foi eleita como a que melhor define o ano de 2024 devido ao impacto contínuo da pandemia de COVID-19, crises políticas, econômicas e sociais globais, e a incerteza sobre o futuro. Muitas pessoas têm se sentido sobrecarregadas e preocupadas com esses desafios, levando a um aumento significativo nos níveis de ansiedade”.

Bem, as redes sociais também entram no fermento que faz crescer o desassossego das pessoas. A quantidade gigantesca de conteúdo e de informações que é postada diariamente gera uma necessidade contínua de atualização. E acaba sendo a principal raiz do chamado FOMO (“Fear of missing out” – “medo de perder alguma coisa”), uma das causas que nos impelem a ficar navegando interminavelmente pelas redes, pescando novas mensagens, numa viagem movida a dopamina.

Apesar de semelhantes, inquietação e agitação não são necessariamente a mesma coisa. Ansiosos podem ser quietos e nada agitados: pessoas que raramente explodem, mas implodem com facilidade e acabam experimentando distúrbios emocionais.

A ansiedade é fonte constante de tensão e preocupação – emoções que tornam a vida mais difícil e desafiadora. Como resolver isso? Como deixar de ser ansioso? Não há uma panaceia para resolver essa questão. Cada um reage à ansiedade de uma forma diferente. Mas há duas saídas. Uma é a atividade física. O cansaço faz gastar boa parte da energia represada pelos ansiosos e gera um comportamento mais sereno. A outra solução é a busca de novos interesses intelectuais, fora do mundo digital. Neste caso, a leitura pode fazer milagres, especialmente os livros de ficção.

Cada um pode encontrar a sua própria via para curar a ansiedade. Mas o primeiro passo é igual para todos que padecem deste mal: admitir que é uma pessoa ansiosa. Por isso, se você, com frequência, se sente irritado, insone e intolerante, pense duas vezes antes de sofrer por antecipação. E tente dominar a ansiedade de seu próprio jeito.

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