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Christine McVie: minha tecladista favorita

Muitos músicos estão subindo para o andar de cima por estes dias. Na semana que passou foi a vez de Christine McVie. Quem? Bem, vocês devem conhecê-la como a tecladista da banda Fleetwood Mac, que emplacou, ainda nos anos 1970, um dos álbuns mais vendidos de todos os tempos – “Rumors”.

A banda foi fundada nos anos 1960 na Inglaterra, pelo baterista Mick Fleetwood e pelo baixista John McVie. Em 1968, McVie casou com Christine Perfect (que sobrenome incrível…), que era tecladista de outra banda, chamada Chicken Shack. A banda de Christine acabou e ela migrou para o grupo de seu marido.

Em 1974, o Fleetwood Mac resolveu migrar para a California. Logo depois, fizeram uma fusão com a dupla Stevie Nicks e Lindsay Buckingham. O novo line-up deu certo e a banda emplacou um grande sucesso: “Rhiannon”, em 1975. No ano seguinte, começaram a gravar aquele que seria o maior sucesso de suas carreiras. “Rumors” ocupa a oitava posição entre os discos mais vendidos na história da música pop, superando a trilha sonora de “Os Embalos de Sábado à Noite”, “Led Zeppelin IV” (aquele que tem “Stairway to Heaven”) e “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”, dos Beatles.

Dos três compactos mais vendidos de “Rumors”, um é de autoria de Stevie Nicks (“Dreams”) e dois de Christine McVie. Ela compôs e cantou “Don’t Stop” (dividindo os vocais com Buckingham) e “You Make Loving Fun”.

Há um pano de fundo interessante sobre as gravações deste disco. Os casais “Buckingham-Nicks” e os McVie se desintegraram um pouco antes de irem ao estúdio. Rolou, então, uma “vibe” na linha “no trabalho com o ex”. Dessa atmosfera angustiante, na qual ex-cônjuges tiveram de conviver forçadamente, saiu inúmeras inspirações que fazem de “Rumors” uma obra prima.

A primeira vez que ouvi “You Make Loving Fun” – e por muitos anos –, achei que o vocal era de um homem. Só descobri, vinte anos atrás, assistindo um DVD, que Christine era a cantora da música. A letra foi baseada em um namoro que ela engatou com um integrante da entourage do Fleetwood Mac após a separação. Imagine o climão: McVie tocando baixo na canção que a ex fez para o atual (a canção “Dreams” vai pelo mesmo caminho: Nicks dá, na letra, algumas estocadas em Buckingham, que toca guitarra nessa faixa).

Desde que escutei “Don’t Stop”, a coloquei no rol de minhas músicas favoritas – e foi escolhida por Bill Clinton para ser o tema musical de sua campanha em 1992 (com a devida anuência da banda). Lembro de estar assistindo a CNN, aguardando o primeiro speech de Clinton após sua eleição. O que estava tocando sem parar no palanque? “Don’t Stop”.

Como tantas figuras do rock e da MPB, McVie era como uma velha conhecida. Aliás, qualquer pessoa que consiga fazer uma letra de música com a qual os outros se identificam tem esse poder. Se tivéssemos nos encontrado, talvez essa eventual conversa pudesse ser em português. Durante muitos anos, ela foi casada com o pianista português Eduardo “(“Eddy”) Quintella e sabia alguma coisa de nosso idioma.

Vai em paz, Christine. Você vai encontrar muita gente talentosa no céu.

“Don’t Stop”, versão de estúdio
“You Make Lovin’ Fun”, versão de estúdio

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