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Coldplay no Morumbi traz recordações de Paul McCartney e do Queen

No sábado passado, fui assistir o show da banda Coldplay. Adorei especialmente o fato de estar ao lado da minha filha em sua primeira experiência do gênero. Foi no mesmo estádio do Morumbi, treze anos atrás, que levei meu filho mais velho ao show de Paul McCartney (na época, ele era um grande fã dos Beatles). Em 2010, me emocionou a expressão dele ao acompanhar “Hey Jude” ao vivo. Ele cantava e dançava como se estivesse se entregando de corpo e alma para a música. Com minha filha, durante vários momentos, aconteceu a mesma coisa (especialmente em “Viva La Vida”, “Paradise” e “My Universe”).

Os dois shows em questão – liderados por Macca, em 2010, e Chris Martin em 2023 – estão separados por anos-luz em termos de produção. O repertório do Coldplay cai sob medida para grandes multidões em estádios e suas canções estão recheadas de vocalises que, entoados pelo público, proporcionam um espetáculo à parte (com Paul, isso acontecia apenas na segunda parte de “Hey Jude”).  Além disso, a produção visual é brilhante e surpreendente, a começar pelas pulseiras distribuídas ao público, que mudam de cor e piscam de acordo com o ritmo das músicas. É emocionante.

Estava ali no gramado e me recordei do primeiro grande show de rock que fui. Curiosamente, no mesmo Cícero Pompeu de Toledo. O ano era 1981 e fui ver o show do Queen. Naquela época não havia telões, como é rotina há mais de uma década. Portanto, eu consegui ver um Freddie Mercury com calça vermelha e joelheiras semelhantes as de um jogador de vôlei na cor preta do tamanho do meu polegar. Foi um show memorável, como talvez meus filhos se lembrem de suas primeiras experiências em uma arena de rock.

Mas lembro de algo absolutamente fantástico. Havia uma música, do disco “A Night at the Opera”, de 1975, chamada “Love of My Life”, que seria registrada em álbum ao vivo e começou a tocar no rádio. Nesta versão, se apresentavam somente Freddie, usando a voz, e o guitarrista Brian May , dedilhando com um violão. O dueto era acompanhado em uníssono pelo público e isso se transformava em uma atração à parte.

Pois chegou a vez de “Love of My Life” e todos ali no Morumbi cantaram a plenos pulmões a música. A sensação de cantar e ouvir a unissonância da multidão ao mesmo tempo foi estonteante. Freddie também deve ter achado isso. Após o último acordo, ele exclamou, atônito: “Wonderful” (“Maravilhoso”). Foi mesmo.

Interessante o fato de um mesmo local ter sido marcante e recebido o primeiro show de rock para mim e para meus filhos. Talvez isso seja mais que uma coincidência – provavelmente, deve ser o plano espiritual me oferecendo a chance de ser testemunha de uma experiência que irá acompanhar os meus rebentos para o resto de suas vidas. E de me tornar imortal através dessas lembranças.

Chris Martin durante o show da banda Coldplay no estádio do Morumbi

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