Síndrome de abstinência é um conjunto de sintomas físicos e psicológicos que ocorrem quando uma pessoa interrompe ou reduz abruptamente o uso de uma substância à qual ela está dependente, como álcool, drogas ou medicamentos. Esses sintomas podem variar e incluem tremores, ansiedade, náuseas, sudorese, irritabilidade, depressão, entre outros. A síndrome de abstinência pode ser perigosa e, em alguns casos, requer acompanhamento médico para garantir a segurança e a recuperação do indivíduo.
Guardem essa expressão. Vamos ouvi-la bastante neste ano que se inicia, pois governo de São Paulo e o Congresso Nacional promulgaram leis que proíbem o uso dos celulares por alunos nas escolas públicas e particulares. Crianças e adolescentes estão absolutamente viciados no uso dessas geringonças e vão sofrer com a proibição. O smartphone, para essa geração, é quase como se fosse uma extensão do corpo, pois eles estão acostumados a lidar com esse aparelhinho desde bebês.
Antes, os celulares eram apenas um aparelho de comunicação. Depois, foram incorporados elementos de entretenimento em seus aplicativos. Logo após, ferramentas de finanças e de educação. Por fim, as redes sociais. Tudo, hoje, passa por esse equipamento – e os estudantes de hoje foram totalmente moldados por seu uso.
A proibição vai ajudar na concentração dos alunos na sala de aula, sem dúvida. Mas como será a utilização fora da escola? Será que vai diminuir também? Outra dúvida que não ficou resolvida: e os tablets, hoje utilizados em várias atividades escolares, incluindo a rede pública, serão permitidos?
A lei federal é vaga em relação a isso. Menciona que haverá “telas” que serão permitidas para fins pedagógicos (desde que em atividades sob supervisão de educadores) ou para casos de alunos com deficiência. Esse é um ponto que precisa ser elucidado com rapidez, pois há muitos alunos que não usam um caderno de papel há anos.
Proibir o uso integral da tecnologia parece ser algo equivocado: um tablet pode ser uma ferramenta de ensino muito mais poderosa do que um caderno ou um livro. E, na questão do uso dos celulares, talvez a proibição não cure a dependência atual e provoque apenas irritação entre os estudantes.
Parece ingênuo achar que os jovens possam encontrar um caminho próprio para se desintoxicar do uso excessivo de celulares. Podemos usar como exemplo a nossa própria relação com os celulares.
Seja sincero: você consegue ficar cinco horas seguidas sem celular? No trabalho, você não dá nenhuma olhadinha nas redes sociais quando ouve um barulhinho vindo do smartphone? Você sente que alguma coisa está faltando quando, absorto por uma atividade, fica uma hora seguida sem mexer no celular?
Se você respondeu “sim” para pelo menos uma dessas perguntas, é um caso típico de dependência. Então, se nós, que somos maduros, temos uma dificuldade enorme para deixar o smartphone de lado, o que dizer de crianças e teens?
Dessa forma, quem tem filhos em idade escolar deve preparar seu coração: esse início de ano letivo promete ser bastante emocionante.