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Em um 7 de junho, 80 anos atrás, a história da Segunda Guerra começou a mudar

Oitenta anos atrás, em um sete de junho, os Estados Unidos ganhavam a Batalha de Midway e despachavam os japoneses de volta para casa. Lembrando: os brios americanos estavam chamuscados com o ataque surpresa nipônico a Pearl Harbor, que tinha destruído boa parte da frota dos EUA no Oceano Pacífico. Essa seria uma oportunidade única para equilibrar o jogo, mas o Japão contava com mais aviões e navios que os americanos na região.

Os japoneses planejavam destruir o poderio militar americano no Pacífico e conquistar o Havaí. A ideia era neutralizar o poder de fogo ianque ao máximo e, com isso, proteger o território japonês de futuros ataques. A ideia, assim, era trazer a debilitada força naval para Midway e liquidar a fatura.

O que se observou, porém, foi a vitória da estratégia sobre a arrogância. Os americanos estavam desmotivados por conta das perdas humanas e materiais em Pearl Harbor e não poderiam perder novamente para os japoneses. Estes, com a moral exageradamente alta, acharam que tinham uma superioridade táctica, intelectual e bélica sobre os Estados Unidos.

O serviço de inteligência dos EUA desbaratou o plano japonês e criou uma armadilha dentro de outra. Soltou uma mensagem codificada na qual sugeria que o Atol de Midway estava sem água potável e que um grupo de embarcações iria entregar suprimentos no local.

Essa trama pode ser vista no filme ‘Midway – Batalha em Alto Mar”. Mas vale também a pena assistir outra película, “A Batalha de Midway”, filmado por John Ford e narrado por Henry Fonda. Ford estava no atol do Pacífico, fazendo um documentário sobre o local e gravou imagens que mostram o impacto da ação militar japonesa para tomar controle dessas ilhas. O diretor e outros membros da equipe de filmagem foram feridos durante a ação.

Os japoneses foram para o ataque achando que a frota americana era de duas embarcações grandes e poucos aviões. Mas, na hora H, depararam-se com três grandes navios e o dobro do número estimado de aviões.

Com bastante determinação, os americanos venceram indiscutivelmente os japoneses, a ponto de o almirante Isoruko Yamamoto, chefe da ofensiva oriental e ex-aluno de Harvard, lamentar o ataque e prever a derrota do eixo Alemanha-Itália-Japão: “Temo que tenhamos feito acordar um gigante adormecido e enchê-lo de grande determinação”.

A arrogância japonesa sofreu um grande baque em Midway e foi totalmente dizimada após o lançamento de duas bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki. O esforço conjunto de marinheiros e pilotos americanos nesta batalha é um exemplo fabuloso de superação e sangue frio, que pode ser transportado para praticamente todas as situações corporativas que vivemos até hoje.

Desviar de balas de prata é uma obrigação de todo o CEO, que muitas vezes precisa agir como um militar para salvar a própria empresa. Neste mundo pós-pandemia, atacar, defender e planejar (tudo ao mesmo tempo) é algo importantíssimo.

É nossa obrigação combater a arrogância e a vaidade que se instalam em nós mesmos ou em nossos colaboradores. A Batalha de Midway mostra que esses sentimentos podem levar milhares de pessoas à destruição e à derrota humilhante. É uma lição para não ousarmos dizimar negócios lucrativos e sustentáveis – além de carreiras promissoras — apenas por causa da pretensão, do orgulho e da imodéstia.

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