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Lacradas do tempo em que não havia internet

Hoje, o grande sonho de blogueiros e influenciadores é encontrar uma lacrada para chamar de sua. Mas, em tempos de redes sociais, esses profissionais do tapa digital na cara têm tempo de sobra para analisar uma situação (ou uma cutucada) e produzir uma resposta adequada. E na época em que não havia internet? A plateia era pequena, a sacada tinha de ser dada em segundos e a chance de que aquela frase sagaz fosse lembrada no futuro seria bem pequena.

Abaixo, cinco exemplos de lacradas que, nos tempos de hoje, renderiam milhões de page views.

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Em 1946, Winston Churchill estava saindo da Câmara dos Comuns e já tinha tomado umas e outras. Bessie Braddock, uma de suas colegas de Parlamento, foi falar com ele e levou uma invertida. Indignada, respondeu: “Winston, você está bêbado. E mais: você está repugnantemente bêbado!”. O ex-primeiro-ministro devolveu: “Bessie, querida, você é feia. E mais: você é repugnantemente feia. Mas amanhã eu estarei sóbrio e você continuará repugnantemente feia”.

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Thomas Case era dono do Hotel Algonquin, localizado na rua 44, em Nova York, que costumava servir de ponto de encontro para escritores no início do século 20. Era onde os amigos da escritora Dorothy Parker se reuniam (ela mesmo se mudaria para lá em 1924). Case adorava o vai e vem de escritores em seu estabelecimento e era um leitor voraz – mas não suportava aquilo que julgava ser o clima sombrio das obras de William Faulkner. Certa vez, encontrou o autor de “Enquanto Agonizo” no lobby do “Gonk” e lhe perguntou como estava. Faulkner disse que enfrentava dores de barriga e um estômago embrulhado nos últimos dias. Case não resistiu e provocou: “Não será alguma coisa que você andou escrevendo?”.

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O político José Maria Alkimin fez carreira em Minas Gerais e começou como secretário do governo de Juscelino Kubistchek. Ocupou a vice-presidência de Humberto Castello Branco durante o governo militar que cassou os direitos políticos de JK. Era conhecido pelas respostas rápidas e desconcertantes. Certa vez, um eleitor o procurou pedindo dinheiro:

– Doutor Alkimin, meu filho nasceu e estou desprevenido, não tenho como pagar o hospital.

– Meu caro, se você sabia desse filho há nove meses e está desprevenido, imagine eu que só soube agora.

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A escritora Dorothy Parker tinha uma amiga chamada Edna Farber, com a língua tão afiada quanto a dela. Farber também frequentava o “Gonk”, nas reuniões que Parker promovia. Ela tinha a mania de usar roupas masculinas, à lá Marlene Dietrich. Certa vez, topou com o dramaturgo Noel Coward, que usava um terno jaquetão igual ao dela. Ele disse: “Vestida assim, você quase parece um homem”. Ela devolveu: “Engraçado, ia dizer a mesma coisa de você”.

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Corria a década de 1970 e a ex-primeira-dama Jacqueline Kennedy estava casada com o multibilionário Aristóteles Onassis e talvez fosse uma das maiores celebridades mundiais daquele tempo. Ela frequentava a ilha do marido, Skorpios, e gostava de tomar banho de sol nua. Esse hábito, porém, vazou para o grande público e um grupo de paparazzi ficou flutuando no mar com teleobjetivas para fotografar Jackie (houve boatos de que esses fotógrafos teriam sido chamados pelo próprio Onassis, que desejava ter um motivo para se divorciar da mulher).

As fotos foram publicadas pela revista masculina Hustler e ganharam o mundo (aqui, no Brasil, saíram na Manchete e na Veja). Já em Nova York, ela foi a uma reunião de amigos e encontrou alguém na festa com a língua ferina (o personagem varia de acordo com o autor dessa história; em uma versão, é o economista John Kenneth Galbraith; em outra, o escritor Truman Capote). Essa pessoa olhou-a de cima a baixo e disse:

– Jackie, que bom vê-la… vestida!

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A casa noturna Gallery era a meca dos endinheirados nos anos 1980 em São Paulo e recebia apenas sócios e celebridades. O Gallery ficou tão famoso que ganhou um fanzine (que depois se transformaria em uma revista, dirigida por Joyce Pascowitch), distribuído a um mailing super exclusivo.

Nesta publicação, havia uma coluna divertidíssima da modelo e agitadora cultura Bronie Lozneanu. Certa vez, Bronie foi apresentada a uma atriz que tinha acabado de lançar um livro de poemas e era muito badalada pela imprensa. Essa atriz ficou animadíssima em conhecê-la e disse: “Bronie, muito prazer, eu adoro a sua coluna; é você mesmo quem a escreve?”. Bronie retrucou: “Não, queridinha, é a mesma pessoa que escreve as suas poesias”.

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Comentários

Uma resposta

  1. Tem uma da Jacqueline Kennedy com Charles De Gaulle na Casa Branca que acho duca. Ela: “o senhor sabia que tenho antepassados franceses?” Ele: “eu também, madame”

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