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Martha Leonardis conta os highlights da Brazil Conference 2024

Por Martha Leonardis

Ao ser convidada para o Brazil Conference em Harvard, aceitei de imediato – mas não tinha ideia do que iria encontrar por lá. Meu pensamento foi: visitar Harvard e MIT (Massachusetts Institute of Technology) com esse grupo no fim de semana será melhor que qualquer outro programa que eu poderia fazer. Afinal, é de maneira despretensiosa que as melhores surpresas acontecem.

Já no primeiro dia, o jantar de boas-vindas no Museum of Fine Arts foi um bálsamo de beleza por si só. Mas, ao entrar, pude encontrar muitos amigos brasileiros talentosos. E assim conheci um casal que estava cursando MBA em Harvard, Marcela e Gian Lucchesi. Eles, juntamente com Nizan Guanaes, ajudam os alunos a organizar o evento.

Logo de cara, o artista Diego Figueiredo nos inundou com uma dose enorme de talento. A régua estava alta. No dia seguinte, a programação começou com o ministro Luís Roberto Barroso em uma sala; na outra, Jorge Paulo Lemann entrevistado pelo mestre de negociação, Daniel Shapiro. Aliás, a entrevista em si foi uma negociação o tempo todo, com Shapiro buscando os limites daquilo que o grande empresário estava disposto a falar. E ele falou tudo, incluindo temas como governança e insucessos.

Martin Escobari, da General Atlantic, disse que o grande investidor diz muitos “nãos” antes de pronunciar um “sim”. Por quê? Para ter capital e energia para aproveitar as grandes oportunidades quando ela passarem à frente.

A mesma linha foi trilhada por Bill Ackman, um investidor icônico que fala o que pensa e se posiciona. Resultado: foi ovacionado, parecia um pop star de cinema. Um resumo de sua palestra:

+ Seu Board que tem como missão discordar dele.

+ O líder precisa ser questionado.

+ Sonho Grande é a expressão mais importante para os empresários.

+ Tenha um time que acredite no sonho. 

E por falar em sonho. Alexandre Birman, dono do maior conglomerado de fashion no Brasil, almejava há muito ter a maior marca do mundo. Está no caminho certo. O reitor de Harvard o desafiou a concretizar seu sonho e ele aceitou. Seu lema é: você sempre pode fazer melhor.

João Adibe e Karla Marques, da Cimed, fizeram marketing o tempo todo, desde a forma de vestir até a distribuição de águas no evento – uma verdadeira onda amarela. Karla pediu união das mulheres e João falou da capacidade de vendas no digital. Ambos contaram o caso Carmex, que é campeão de vendas com investimentos apenas em marketing digital orgânico.

Linda Rottenberg, Ceo da Endeavor, disse que foi chamada muitas vezes como a “chica louca”. Não acreditavam que existia talento tech na América Latina. Já Marcelo Claure, vice-presidente da Shein, acrescentou que o empreendedor precisa ter resiliência e um alto poder de execução.

E Ivete Sangalo? Emocionou a todos com sua primeira palestra na vida, estava sóbria de preto, falou da carreira, de humildade, de amor, da maternidade. Um dos pontos altos foi o Luciano Huck. Ao escapar da famosa pergunta sobre ser presidente do Brasil, mas aqui deixou as janelas abertas, ele surpreendeu quando trouxe uma família do Brasil que não via o filho há 10 anos para um reencontro.

Os temas relacionados à Inteligência Artificial estiveram presentes em quase todos os painéis: no jurídico, Barroso defendeu a celeridade que pode ser obtida com as ferramentas digitais, mas questionou que tipo de ética podemos esperar da máquina. Na área musical, o produtor Konrad Dantas, o Kond, falou dos criadores, do artista, da pessoalidade.

Por fim, Helder Barbalho, a ministra Sônia Guajajara e Rodrigo Medeiros, da Ré Wild, falaram da COP 30 da floresta e da necessidade de termos um discurso ambientalista único no país. 

Ao final dos trabalhos, o que mais me intrigou foi a excelência das mentes brasileiras que estão no exterior e se apresentaram nos painéis. Minha conclusão: precisamos fazer um esforço coletivo para trazê-los de volta ao nosso país.

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Comentários

Uma resposta

  1. Temos, sem sombra de dúvida, mentes brilhantes!! Tanto aqui, quanto fora do Brasil (no mundo inteiro temos brasileiros extremamente criativos e competentes). A questão é que, via de regra, as pessoas (claro!) estão voltadas a seus projetos pessoais. E, infelizmente, a imensa maioria se afastou/afasta do mundo político. Até porquê, o momento em que vivemos, as Câmaras, Assembléias, Congresso, etc, estão infestadas de oportunistas, pessoas despreparadas, incompetentes, mal intencionadas e, desafortunadamente, perdemos a chance de ter estas “mentes brilhantes” colaborando com o país. Este país tão rico e tão carente de gente comprometida com o efetivo crescimento do país, com a melhora dos índices sociais, econômicos, educacionais, sanitários, de saúde, de qualidade de vida, meio ambiente, etc. e sermos DEFINITIVAMENTE o Brasil que sonhamos (e poderíamos ser). Temos TUDO pra isso. Mas é preciso “seduzir as mentes brilhantes”, para que estas ajudem a a fazer com que isso aconteça. A trilha sonora deste comentário, poderia ser “Sonho meu”, da Dona Ivone Lara, não? “Sonho meu, sonho meu, vai buscar quem mora longe, sonho meu…”

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