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Não perca: “A Música de 007”, na Amazon Prime

A música-tema de James Bond é uma parte importantíssima do personagem criado por Ian Fleming. Em cada uma das películas, esperamos aquele momento em que surge uma orquestra em crescendo, dando lugar a um solo de guitarra que se transformou em marca registrada. Cantarole aquelas notas a qualquer pessoa do planeta e pergunte qual é a música. A resposta será certeira: a do 007.

A Amazon Prime colocou no ar, há poucos dias, o documentário “A Música de 007”, no qual se fala não apenas do tema principal, mas também das várias canções que foram usadas nas aberturas dos filmes (outra assinatura da série, por sinal).

Entre essas canções, talvez a primeira que tenha realmente estourado nas plateias e tenha eletrizado os fãs foi “Goldfinger”, cuja melodia amalgamou-se preciosamente à voz de Shirley Bassey (o documentário traz uma história engraçada com o ator Michael Caine sobre a a noite em que essa canção foi composta). Na fase Sean Connery, temos ainda “You Only Live Twice”, com Nancy Sinatra – com um arranjo de violinos cuja linha melódica gruda na cabeça. Entre as canções dos filmes estrelados por Roger Moore, temos Paul McCartney (“Live and Let Die”), Carly Simon (“Nobody Does it Better”) e até Duran Duran (“A View to a Kill”). Além dessas, evidentemente, há outras que merecem menção honrosa – mas vamos deixá-las de lado para não tornar esse texto longo demais.

Nenhuma das melodias listadas acima, no entanto, está tão ligada a James Bond como sua música tema.

Seu autor, Monty Norman, era um compositor de musicais com muita fama nos anos 1950. Por isso, foi chamado por Albert “Cubby” Broccoli e Harry Saltzman para escrever a trilha sonora de um filme que estavam produzindo – “007 contra o Satânico Dr. No”. Ele foi, então, convidado para passar alguns dias na casa de praia de Ian Fleming na Jamaica para compor as músicas que seriam utilizadas no filme. Mas Norman teve um bloqueio criativo e voltou com pouco material (“Under the Mango Tree” foi uma dessas canções compostas no Caribe).

Para o tema principal, ele resolveu reciclar uma velha música que tinha composto para o musical “A House for Mr. Biswas”. Era “Good Sign, Bad Sign”, uma composição com arranjo de cítara e uma tocada indiana. Mas, quando se ouve essa canção, é inevitável reconhecer as notas que ficaram imortalizadas na série 007.

A amostra de Norman, porém, não agradou os produtores, que chamaram o arranjador John Barry para resolver o problema. É aqui que o tema de James Bond, como o conhecemos, começa a ganhar corpo.

Barry conversou com Norman e aproveitou apenas o que seria o riff de guitarra. Fez uma introdução em crescendo, baseado em uma música que havia produzido antes (“Poor Me”, de Adam Faith – ouça ao final do texto a introdução das duas canções e as compare), que combina perfeitamente com a linha melódica imaginada por Morgan. O resto do tema saiu totalmente da cabeça de Barry. Mas o tema acabou creditado a Norman, mesmo depois de duas disputas judiciais.

O veredito mais justo seria o de parceria. Sem os metais e cordas criados por Barry, o tema jamais seria o mesmo. De qualquer forma, é difícil crer que uma peça musical com tanto reconhecimento tenha sido produzida em poucos dias e a partir de um refrão reciclado de um musical ambientado em Trinidad e Tobago, com personagens indianos (e baseado em livro de V.S. Naipaul). Às vezes, a perfeição surge de onde menos se espera.

Nessa canção, é possível reconhecer a introdução do tema de 007. Ambas têm arranjos de John Barry
Essa canção foi reciclada por Monty Norman para criar o refrão da música-tema de James Bond
Aqui, a orquestra da BBC executa o tema de abertura de 007, creditando a autoria a John Barry — mas, ofcialmente, trata-se de uma composição de outro maestro, Monty Norman

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