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Nova York, uma cidade em constante mutação

Triste desde terça-feira pela partida de Rita Lee, lembrei-me de uma estrofe de Caetano Veloso em “Sampa”: “Ainda não havia para mim Rita Lee/ A tua mais completa tradução”. Esta canção tem outra frase que cai como uma luva para a metrópole paulistana, mas é também perfeita para definir o que acontece o tempo todo em Nova York, onde passo esta semana para o evento da Brazilian-American Chamber of Commerce (Person of the Year 2023) e uma agenda parruda montada por MONEY REPORT – Agenda de Líderes. A sentença é: “Da força da grana que ergue e destrói coisas belas”. Percebe-se que, nos últimos anos, a paisagem da Big Apple está mudando muito. As construções antigas dão lugar a prédios espelhados que parecem mesmo arranhar o céu.

Até dez anos atrás, a maioria das edificações daqui tinha entre 20 e 40 andares. Recentemente, porém, é cada vez mais comum ver construções novas com mais de 60 andares – muitas inclusive com mais de 100 pavimentos. Um exemplo rápido. Escrevo essas linhas em um quarto localizado no 48º andar de um hotel. Daqui vejo, de frente para a parte oeste – aquela do rio Hudson –, 27 prédios mais altos que a propriedade onde me encontro. A quase totalidade dessas construções é de vidro espelhado e tem detalhes surpreendentes.

O mercado imobiliário continua a toda por aqui. Há diversos terrenos esperando empreiteiros em Midtown e regiões outrora despovoadas dentro de Manhattan são ocupadas em ritmo cada vez mais rápido. A cidade pulsa crescimento econômico e empreendedorismo. As ruas estão cheias de gente, o trânsito continua insuportável e os restaurantes estão lotados até a tampa.

Nova York é uma cidade parecida com São Paulo em vários pontos. Mas há uma diferença enorme (além de um metrô extremamente capilarizado): existe um forte comércio de rua e pouquíssimos shopping centers. Isso cria uma dinâmica totalmente na paisagem da cidade. Habitantes e turistas se deslocam pelas artérias comerciais da cidade, tornando a metrópole mais pulsante. Manhattan ainda é bastante segura, ao contrário do que se dizia recentemente. Executivas andam nas calçadas cobertas de joias e maseratis circulam sem precisar de blindagem.

As hordas de turistas, inclusive, passaram a sair da ilha e ganharam a direção do Brooklyn. Antes uma região restrita aos locais, esse bairro vê agora grandes concentrações de visitantes em Williamsburg e Dumbo – anos atrás, eram dois oásis de tranquilidade.

É neste ambiente que ocorre o evento “Person of the Year”. Centenas de brasileiros se concentram nos locais da moda e no circuito estrelado de restaurantes e lojas. Novas amizades são formadas e memórias fortes são criadas entre aqueles que já são amigos.

Mas a chamada Brazilian Week não se restringe apenas a networking. Em vários eventos – não apenas os de MR – há conteúdo de primeira linha do qual se pode aproveitar. Até agora, tivemos a oportunidade de discutir temas diversos como projeções macroeconômicas para o Brasil, o futuro do mercado de capitais no Brasil, as perspectivas de desenvolvimento econômico para o estado de São Paulo (o governo garantiu investimentos de R$ 80 bilhões de dólares para os próximos três anos), além das perspectivas do ESG.

No evento de Gala, realizado ontem, encontrava-se quase que a totalidade do Produto Interno Bruto – sem contar os vários políticos que estam por aqui, de ex-presidentes a caciques do Legislativo, todos solícitos e simpáticos com quem os abordava. Além das premiações principais, a Câmara também reconheceu o trabalho social feito por dois líderes incontestáveis do Terceiro Setor: Alcione Albanesi (Amigos do Bem) e Edu Lyra (Gerando Falcões).

Para um empresário ou um executivo, esse tipo de momento é ouro puro. Não é à toa que tanta gente viaja para cá com uma agenda ambiciosa embaixo do braço. Hoje, contudo, a programação de MR e de outros players, como o BTG Pactual, se encerra. E começamos outro ciclo, pensando no que iremos fazer em 2024. Sempre com o propósito de instigar as mentes dos empresários mais importantes do país a imaginar o que podemos fazer para impulsionar a economia e os negócios, além de mitigar as nossas desigualdades sociais.

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