Quando se pensa em música clássica, os nomes que lembramos geralmente estão imersos num passado longínquo. São poucos os expoentes deste gênero que fizeram carreira no século 20. Um deles é o brasileiro Heitor Villa-Lobos. Outro é o americano Aaron Copland, o CEO Improvável de Money Report desta semana, seja por seu talento, seja pela capacidade de se tornar um self-made man.
Copland celebrou os Estados Unidos em sua obra. Ele fez a ode à conquista do Oeste em “Billy the Kid” e “Rodeo”, celebrou um dos maiores líderes americanos em “Lincoln Portrait” e louvou as belezas americanas em “Appalachian Spring”. A introdução de “Fanfare for the Common Man” é tão marcante quanto o início de a Quinta Sinfonia de Bethoven. E seu arranjo de “Hoedown”, um dos movimentos de “Rodeo”, impressiona pela forma pela qual notas musicais e percussão dão a noção exata de vários cavalos em movimento.
Copland nasceu numa família pobre no Brooklyn nova-iorquino em 1900. A pobreza não o impediu de estudar música e de aperfeiçoar suas habilidades na Europa. Estabeleceu-se na Europa nos anos 1920 e fez parte da chamada “Lost Generation” – composta de americanos talentosos que resolveram morar na Paris do início do século 20, como os escritores Ernest Hemingway, Gertrude Stein, F. Scott Fitzgerald e T.S. Elliot.
De volta a Nova York, passou morar nas imediações do Carnegie Hall – região na qual ficaria ao longo de sua vida – e conseguiu sobreviver à base de bolsas de estudo. A partir de 1935, iniciou uma produção musical impressionante: 82 obras até 1990.
Nos anos 1950, passou a ser investigado pelo senador Joseph McCarthy, mas recebeu apoio unânime da comunidade musical dos EUA. A pergunta que todos fizeram ao líder do macartismo: como o autor das sinfonias mais patrióticas da história musical do país pode ser comunista? A investigação, então, foi interrompida em 1955.
Sua carreira foi reconhecida por muitos, em especial pelo presidente Lyndon Johnson, que lhe conferiu a Presidential Medal of Freedom. Além disso, recebeu um Pulitzer e um Oscar – uma honraria que atingiu pouquíssimos nomes que estão no Hall of Fame mundial. Talento em estado puro, temperado pela ambição de tornar acessível ao cidadão comum a música de qualidade. Este era Aaron Copland.