MONEY REPORT entrevistou Eduardo Carvalho, presidente da Equinix Brasil, empresa global de data centers, sobre as mudanças no modelo de negócios das empresas, concorrência não linear, inovação e a tendência de agregação na oferta de serviços tecnológicos. Carvalho observou que a aceleração digital praticamente obriga as organizações a deixarem de lado as estruturas in house, migrando para ambientes externos mais dinâmicos. A constatação surge a partir do comportamento dos consumidores. Até fevereiro deste ano, 35% dos moradores de grandes centros se valiam de algum dispositivo de videoconferência no cotidiano. Com o isolamento, esse índice foi para 80% e deve se manter não muito abaixo quando acabar a pandemia. Se em 2017, 40% dos casais pesquisados em um estudo de Stanford (EUA) afirmaram que se conheceram por meio de dispositivos, hoje a estimativa é que a taxa tenha dobrado. No Reino Unido, em 2018, um britânico passava, em média, 105 minutos diários nas plataformas de vídeo e de streaming, deixando 20 minutos para a TV convencional. Com o rígido isolamento, esse consumo pode ter quadruplicado. E tudo só é possível com os data centers atuando nos bastidores. “São os pilares da digitalização econômica”, afirma Carvalho. Mesmo assim, não há justificativa para os líderes do setor se manterem voltados apenas para as demandas de crescimento. É preciso mais. “Oferecemos o lugar certo para a obtenção de arquiteturas híbridas para os clientes”, diz Carvalho, se referindo aos serviços agregados vindos de parceiros que antes eram concorrentes, diretos ou indiretos.