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Pais, filhos e professores à beira de um ataque de nervos

Enquanto escrevo essas palavras, pais, professores e alunos estão à beira de um ataque de nervos. A razão? A recente onda de ataques às escolas brasileiras e a proximidade do dia 20 de abril, data que marca a tragédia em uma escola em Columbine, no Colorado (ocorrida em 1999), e o aniversário de Adolf Hitler. Boatos sobre ataques de grupos neonazistas a instituições de ensino na quinta-feira começaram a circular pelas redes há alguns dias e geraram insegurança e apreensão.

Preocupados com o que pode vir a acontecer, autoridades como o ministro da Justiça, Flávio Dino, tomaram providências para reforçar o policiamento das escolas na data em que podem ocorrer atentados. Mas sabemos que não há como garantir a segurança de todas os estabelecimentos educacionais no Brasil – daí a apreensão de todos envolvidos.

Diante disso, criou-se um clima pesado nas salas de aula.

Alunos calados ou anti sociais passaram a ser vistos com desconfiança pelos colegas. Pais, no descontrole típico de quem deseja proteger seus filhos, estenderam o dedo para esses alvos – e podem ter contribuído para piorar a timidez desses estudantes. Precisamos lembrar, porém, que o fato de alguém ser macambúzio não significa necessariamente que essa pessoa é um agressor em potencial. Mas, na última semana, pessoas com este perfil entraram no radar de vários educadores.

Os Estados Unidos convivem com esse tipo de ameaça há mais tempo que nós, brasileiros, sendo que o episódio em Columbine, que terminou com 13 vítimas fatais, foi um dos mais expressivos da história. Desde 1970, foram mais de dois mil ataques com armas nas escolas americanas.

É difícil traçar apenas uma razão para explicar esses massacres. Pode ser busca pela notoriedade, vingança decorrente de bullying ou pura maldade. O fato é que esse tipo de situação, que parecia ser algo longínquo, entrou para a nossa lista de preocupações iminentes.

É difícil apontar a culpa de alguém neste processo. Quando um ataque ocorre, sempre se procura encontrar culpados – muitas vezes de forma injusta. Mas, de qualquer modo, todos os casos reportados (aqui e no mundo) têm uma característica em comum: ninguém percebeu os sinais apresentados pelos agressores antes das tragédias ocorrerem. É também por isso que se estabeleceu quase que uma paranoia em relação a eventuais suspeitos dentro das salas de aula.

O editorial do jornal O Estado de S. Paulo, publicado ontem, fala justamente deste assunto: “O medo e a sensação de impotência desses pais, sentimentos que levaram muitos deles a suspender a ida de seus filhos às escolas, são absolutamente legítimos diante de circunstâncias tão dramáticas”.

O texto, porém, condena o uso de medidas que apenas podem ter efeitos imediatos no curto prazo, mas que podem trazer dificuldades à educação e aos alunos. Fazem parte dessa receita a elevação de muros, uso de detectores de metais e a colocação de agentes armados de segurança nas dependências das escolas.

O editorialista do Estadão acerta ao afirmar que “o pânico nunca é bom conselheiro” nesse tipo de situação. Para ele, o bom combate à violência nas escolas requer sensibilidade, inteligência e, principalmente, responsabilidade”.

Nessas horas, apesar da aflição, é melhor manter a cabeça fria. E pensar no futuro antes de comprometer o presente. Palavra de quem é pai de uma menina de quinze anos e que também está preocupadíssimo com essa recente onda de violência no ensino.

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