Nesta semana, ouvi uma história envolvendo um casal amigo. Os dois estão em um namoro após casamentos longos e viveram um impasse dias atrás. Trata-se claramente de um caso em que o homem tomou uma decisão errada por falta de maturidade, apesar de ter mais de cinquenta anos de idade.
É interessante perceber que a experiência não necessariamente constrói maturidade nas pessoas – especialmente quando estamos falando daqueles momentos em que experimentamos emoções fortes. Conheço muita gente que é extremamente madura em questões racionais ou profissionais. Mas que são verdadeiros adolescentes quando as coisas do coração estão em jogo.
Geralmente os anos de estrada nos levam à maturidade. Mas os sentimentos nos colocam em um terreno completamente diferente. As emoções nos desestruturam e, muitas vezes, nos comandam de uma forma ruim – nessas horas, somos levados para os extremos e podemos nos arrepender depois.
A maturidade pode nos dar poder sobre as emoções?
Feliz ou infelizmente, ninguém tem o poder de controlar suas próprias sensações. Elas agem sobre nossa mente e nosso corpo de maneira independente. Quando queremos esconder nossos sentimentos, sentimos nosso rosto enrubescer. Ou sorrimos quando queremos fazer uma “poker face” ou deixamos escapar uma lágrima quando não queremos demonstrar fragilidade.
Para que serve a maturidade? Ela nos dá a sabedoria para não agir impulsivamente. Como dizia uma amiga, dias atrás: “Antes, quando eu ficava brava, partia para a briga. Agora, abro um caderno ou o computador e escrevo tudo o que se passa pela minha cabeça, numa espécie de desabafo. Meia hora depois, quando leio o que escrevi, fico feliz em não ter comprado uma briga desnecessariamente”.
As emoções podem tirar nosso foco ou nos cegar diante da realidade. Mas, quando chegamos a um estágio no qual nos importamos com a inteligência emocional, percebemos as brigas que valem a pena ser compradas e aquelas que podem ser desprezadas.
No campo dos sentimentos amorosos, a coisa é um pouco mais complicada. Aquelas pessoas que possuem uma alta dose de inteligência emocional para liderar uma equipe no trabalho podem ser extremamente infantis em seus namoros ou em um casamento. Não há exatamente uma forma de resolver esse tipo de incapacidade rapidamente, mas um bom caminho é tentar trabalhar a ansiedade.
Uma boa forma de se autoconhecer e lidar com inquietações e aflições é fazer terapia. Não é uma solução para todos. Mas falar sobre si mesmo e ouvir observações de um profissional treinado é a melhor forma de baixar a ansiedade. E, com o desassossego sob controle (ou mais ou menos sob controle), é possível tomar as decisões sem a impulsividade que pode estragar tudo.
Como deixar de ser impulsivo e continuar a ser espontâneo?
Apesar da idade relativamente avançada, ainda não descobri. Quem souber a resposta, escreva para a redação.