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Uma agenda de desafios para debater no Dia Internacional da Mulher

Ontem, MONEY REPORT realizou dois painéis de debates para discutir liderança e inclusão feminina nas empresas e no poder público. A ideia era gerar uma pauta de discussões para a data de hoje, quando se comemora o Dia Internacional da Mulher. Entre as palestrantes, tivemos Andrea Pitta, Chieko Aoki, Gabriela Baumgart, Jeane Tsutsui, Karina Lima, Patricia Ellen e Paula Jacomo. Fazia tempo que não ouvia histórias inspiradoras de superação, temperadas com bom humor e sintonia com os novos tempos, que pedem tolerância e entendimento.

Foi de Andrea Pitta, que comanda a agência Fibra.AG, que ouvi a frase mais interessante da manhã: “Diversidade é ser convidado para a festa; inclusão é ser tirado para dançar”. Em tempos nos quais a sigla ESG é apenas sinônimo de modismo passageiro para algumas empresas, encarar esse tema é algo desafiador. Em inúmeras empresas, se contratam mulheres para determinados cargos – mas essas profissionais dificilmente conseguem ser promovidas. Portanto, não se deve ficar somente na contratação. É preciso se despojar dos preconceitos para dar oportunidades de crescimento na hierarquia corporativa. Essa chance seria equivalente a “ser tirada para dançar”, na lógica de Andrea.

Patrícia Ellen, secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, levantou outro ponto importante. Ela, que ocupa uma posição importante da administração estadual e que comanda uma equipe com forte presença masculina, lembra que a saída para muitas mulheres acaba sendo o empreendedorismo, já que várias portas empresariais acabam sendo fechadas para o sexo feminino. Mas, ao mesmo tempo, as empreendedoras não se enxergam como pequenas empresárias – e sim fazendo um “bico” para sobreviver.

Além disso, aponta Patrícia, as mulheres precisam superar diariamente aquilo que ela chama de “desafio silencioso” – as dificuldades impostas pela dupla jornada de mãe e executiva (no caso dela, autoridade pública). No próprio dia do evento de MONEY REPORT, a babá de seus filhos chegou atrasada e isso criou uma série de complicações logo no início do dia. Esse, no entanto, é o tipo de obstáculo que ninguém vê e, assim, não dá importância. Mas é uma fonte enorme de desgaste.

Debateu-se também as diferenças entre homens e mulheres em nos processos de promoção. Karina Lima, da Sales Force, disse que as mulheres têm um comportamento diverso do masculino quando enxergam oportunidades de crescimento. Quando uma vaga é aberta em algumas multinacionais, por exemplo, os departamentos de Recursos Humanos postam entre seus colaboradores o que está acontecendo e o que a empresa espera daqueles que desejam a aquela posição de chefia.

Karina lembra que as mulheres são muito ciosas de sua própria competência. E, dessa forma, têm maior dificuldade em exagerar suas qualidades. Já os homens não veem nenhum problema nisso – e os formulários preenchidos, com alguma dose de fantasia, podem têm maiores chances de ser obtidos do que aqueles resenhados por suas colegas.

Por fim, Gabriela Baumgart veio botar o dedo em uma ferida: a falta de mulheres nos Conselhos de Administração. Segundo os últimos levantamentos, apenas 14,6 % dos assentos nos conselhos são pertencentes a mulheres. Mas, quando tiramos do mapa as herdeiras ou parentes dos fundadores, temos uma queda drástica: a participação feminina cai para 4 %.

Este é o grande problema das mulheres: elas não precisam apenas mostrar que são competentes, mas que são ultra capazes – além de resilientes ao extremo. É como disse Sheryl Sandberg, COO do Facebook: “Você será definida não apenas pelo que conquista, mas principalmente pela sua capacidade de sobrevivência”.

Dias melhores virão, minhas caras. Tenho certeza. Feliz Dia Internacional das Mulheres.

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