O avanço da vacinação no Brasil e no mundo, com grande redução nos óbitos e nas internações a partir do terceiro trimestre de 2021, se configura como uma jornada de esperança para toda a humanidade diante da pandemia do novo coronavírus, provando organização, ciência e empreendimento podem superar os obstáculos mais difíceis, mesmo a custos altíssimos. São 5,3 milhões de mortes e 269,2 milhões de infecções registradas em todo mundo em menos de 21 meses.
Agora tornado semanal, com sua próxima edição em 17 de dezembro, o Boletim da Pandemia de MONEY REPORT cobriu os piores momentos, nascendo em 10 de dezembro de 2020, quando o mundo somava 1,64 milhão de vítimas fatais e 70,6 milhões de infectados. No Brasil, eram 179,7 mil mortos e 2,04 milhões de diagnósticos. O momento era de esperanças que nem de perto se cumpriram. O noticiário internacional e os especialistas ouvidos pelo portal afirmavam que o pior estava por vir e que a vacinação em scala global precisavam começar com urgência para salvar milhões de vidas.
A primeira campanha de vacinação começou de maneira frágil na Rússia (5/12), com a Sputnik V, seguida do Reino Unido (8/12), com a Pfizer/BioNTech. Em 16 de dezembro, 56 países já havia começado suas mobilizações com diferentes níveis de agilidade, pois havia falta de inoculantes. No Brasil, obscurantismo, negacionismo e crenças em soluções sem comprovação provocaram atrasos que custariam caro à sociedade.
No domingo, 17 de janeiro de 2021, a enfermeira do Hospital das Clínicas de São Paulo, Mônica Calazans (imagem), de 54 anos, foi a primeira brasileira atendida. Antes dela, só grupos de teste. Ela foi inoculada pela CoronaVac, desenvolvida pela chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.
Naquele dia, o Brasil somava 209,8 mil vítimas fatais e 8,48 milhões de infectados. Um aumento de 316% nos casos e de 16% nas mortes em apenas 38 dias, configurando uma segunda onda. Era a catátrofe em andamento. A demora na chegada dos imunizantes, acrescidos de incompetência e descasos descobertos pela CPI da Pandemia corroboraram as crenças anticiêntíficas do governo. Diante a pressão da opinião pública, da classe política e da comunidade científica, lotes e lotes de imunizantes foram adquiridos.
A partir de setembro, com os índices de vacinação melhorando, a pandemia começou a arrefecer. Nesta quinta feira (9/12), após 365 edições, o Brasil somava 616,4 mil vítimas fatais e 22,1 milhões de casos. Crescimentos respectivos de 193% e 160% em quase 10 meses. As mortes diárias estavam em 233, com uma média de 7 dias de 183. No pior momento, em 8 de abril, já na terceira onda, o Brasil somou 4.249 vítimas fatais em um único dia. A pior média de óbitos em sete dias chegou logo depois, em 12 de abril, com 3.124. A partir daí, aos poucos, começou um longo declínio.
A partir de novembro, por mais de uma ocasião, alguns estados não registraram óbitos. É o que se espera. Com 65,87% da população brasileira (140,51 milhões) com o ciclo vacinal completo e doses de reforço em aplicação, a expectativa dos especialistas é bloquear a transmissão com cerca de 80% de atendidos (170 milhões). Mesmo com tantas boas notícias, a pandemia não está debelada. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), apesar de 60% da população global ter recebido ao menos um dose, nos países pobres esse índice é meros 7,1%, criando condições para o surgimento de mais uma onda.
MONEY REPORT segue acompanhando diariamente os avanços científicos e a evolução dos gráficos com mais atenção do que a mera contagem de casos e corpos.