Davi foi o primeiro
O menino Davi (no destaque), um xavante de 8 anos que mora em Piracicaba (SP), foi a primeira criança na faixa de 5 a 11 anos de idade a ser vacinada. Ele recebeu a dose em uma cerimônia simbólica no início da tarde desta sexta-feira (14), no Hospital das Clínicas de São Paulo (HCSP). Davi tem deficiência motora rara e recebe tratamento especializado no HC. Ele tomou a primeira dose da Pfizer/BioNTech, o único imunizante aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A dosagem da vacina é menor do que a aplicada em adultos. Depois vieram outras crianças, como Jean Luca, de 9 anos, que tem atrofia muscular espinhal, e Cauê, de 11, que tem síndrome de Down. A vacinação só será iniciada, de fato, na próxima segunda-feira (17). Pela ordem, crianças com comorbidades, indígenas e quilombolas. Depois deve seguir por ordem decrescente, a partir dos 11 anos. A população brasileira estimada nessa faixa etária é de cerca de 20,4 milhões, com 4,3 milhões vivendo no estado de São Paulo.
CoronaVac kids no estoque
O governo de São Paulo tem um lote armazenado da vacina CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan e pelo laboratório chinês Sinovac, para aplicação em crianças. O governo paulista aguarda, no entanto, autorização da Anvisa para a sua utilização nessa faixa etária.
A vez do autoteste
O Ministério da Saúde pede à Anvisa a autorização do uso de autoteste de covid. Este tipo de exame não é permitido no Brasil, ainda que desde o início da pandemia o índice de testagem seja baixo, quase só para confirmar casos sintomáticos ou em rotina de empresas. O pedido esbarra na falta de insumos, o que pode dificultar o trabalho com internados no hospitais.
Vacina brasileira testada em 90 voluntários
A fase 1 do estudo da vacina desenvolvida no Brasil, em parceria com instituições estrangeiras, entrou em testes clínicos nesta quinta-feira (13), aplicada em 90 voluntários entre 18 e 55 anos. Será escolhido de forma randomizada a dose mais segura e o regime de aplicação que estimulará a resposta mais durável de anticorpos. Na fase 2, que terá a participação de 400 voluntários, será buscada a eficiência da vacina, e, na fase 3, a administração em larga escala. O primeiro a receber foi o técnico de segurança patrimonial Wenderson Nascimento Souza (imagem), de 34 anos, na sede do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), em Salvador. A expectativa é de que a primeira fase seja concluída em três meses e, se tudo der certo, em um ano ou pouco mais a o imunizante estará disponível. A vacina RNA MCTI CIMATEC HDT é composta de duas partes, que são misturadas antes da aplicação: uma molécula de replicon de RNA (repRNA) e uma emulsão composta por água e um tipo especial de óleo e moléculas magnéticas, chamada de Lion, que ajuda a proteger a molécula do repRNA e faz o transporte até as células alvo. O desenvolvimento tem participação da HDT BioCorp (EUA), do Senai Cimatec (Brasil) e da Gennova (Índia). No Brasil, a parceria conta com apoio da RedeVírus e financiamento do Ministério da Ciência e Tecnologia.
O que MONEY REPORT publicou na semana
- Fed afirma que ômicron pode desacelerar crescimento
- Brasil recebe primeiro lote de vacinas infantis. Tire suas dúvidas
- Doses da Pfizer chegam e debate sobre CoronaVac avança
- Laboratórios alertam para o risco de falta de testes
- Doria deixa novas restrições contra onda de infecções para as prefeituras
- Quebec proíbe álcool e maconha aos não vacinados – e estuda imposto
- Covid e gripe fazem universidades suspenderem aulas presenciais
- Ômicron deve infectar mais da metade da Europa em 8 semanas, alerta OMS
- Vacina da Pfizer contra ômicron pode sair em março
- Saúde anuncia regras para quarentena de cinco dias em assintomáticos
- Procon-SP notifica aéreas após cancelamentos em massa de voos
- 84% das famílias de São Paulo querem vacinar crianças: o que é preciso saber
- Latam, Gol e Azul cancelam centenas de voos por causa da covid e da influenza
- A indignação fora de hora de Barra Torres
100 milhões de doses recusadas
A falta de aparelhos de refrigeração e datas de validade ultrapassadas fizeram com que 10% do 1 bilhão de doses doadas pelo consórcio Covax, da Organização Mundial de Saúde (OMS), para 150 países pobres acabassem recusadas só em dezembro. O aproveitamento é baixo. Outros 700 milhões de doses foram entregues, mas não há distribuíção por falta de estrutura e de profissionais capacitados. Entre os países extremamente pobres, apenas 5% da população completou o ciclo de imunização. Se o problema persistir, haverá condiçõs para o surgimento de novas cepas.
Painel Coronavírus
Vacinados*
• 9,6 bilhões de doses distribuídas (121,9% da população global — cumulativo, incluindo doses de reforço e estoques)
• 4,7 bilhões de pessoas atendidas (59,73% da população mundial)
• 63,37 milhões de pessoas nos países de baixa renda (9,52% entre os mais pobres)
* Dados globais aproximados
Primeira dose*
• 691,17 milhões no mundo (8,78% da população com a primeira dose)
• 30,84 milhões nos países de baixa renda (4,64% entre os mais pobres)
• 21,58 milhões no Brasil (10,11% da população)
* Dados globais aproximados
Segunda dose*
• 4,01 bilhões no mundo (50,88% da população)
• 32,53 milhões nos países de baixa renda (4,89% entre os mais pobres)
• 145,25 milhões de brasileiros (68,09% da população)
* Dado global aproximado
Doses de reforço*
• 824,42milhões no mundo (10,5% da população)
• 32,12 milhões no Brasil (13,88% da população)
* Dado global aproximado
Casos no Brasil
• 22.927.203 – acumulado
• 68.140 – média móvel dos últimos 7 dias encerrados em 14/01 (elevação de 106,77%)
• 21.822.866 – recuperados
• 483.541 – em acompanhamento (variação de 79,18% entre 9/01 e 13/01)
• 10.910,1 – casos acumulados por grupos de 100 mil
Mortes no Brasil
• 620.796 – óbitos confirmados (acumulado)
• 139 – média móvel dos últimos 7 dias encerrados em 14/01 (elevação de 15,83%)
• 2,7% – taxa de letalidade
• 295,4 – óbitos por grupos de 100 mil
– Dados atualizados em14/01/2021, às 19h20
– Dados de vacinação no Brasil são baseados nos informes da Organização Mundial de Saúde (OMS) por meio da Universidade Johns Hopkins e apresentados na plataforma Our World in Data, pois os informes do Ministério da Saúde estão defasados.
Fontes: Ministério da Saúde, secretaria estaduais e municipais de saúde, Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), consórcio de veículos de imprensa, Organização Mundial de Saúde (OMS) e Universidade Johns Hopkins