O que estava ruim ficou pior
Em 7 de janeiro deste ano, o Brasil alcançou 200 mil mortes por covid-19. Em 25 de março, 77 dias depois, 300 mil óbitos foram registrados. Em 29 de abril, após 35 dias, eram 400 mil vítimas. As 100 mil mortes mais recentes ocorreram em menos da metade do tempo das anteriores. Para Ana de Lemos, diretora-executiva da ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) no Brasil, a pandemia no Brasil age de modo mais agressivo por causa da falta de ação das autoridades sanitárias – assim como ocorre na Índia em uma escala ainda maior. “As unidades de saúde são deixadas à própria sorte, sem protocolos de prevenção, equipamentos de proteção, oxigênio, insumos e remédios”, afirma. Ela explicou que a leve diminuição no ritmo das mortes ocorre devido à adoção de novas medidas restritivas.
O que MONEY REPORT publicou hoje
- Queiroga pede que países doem doses extras de vacinas ao Brasil
- O general que não teve vergonha de tomar a vacina escondido
- Comissão vai debater implantação de passaporte digital de vacinação
Bolsonaro deixa Marcos Pontes sem verba
O presidente Jair Bolsonaro vetou R$ 200 milhões para o desenvolvimento da vacina “100% brasileira” anunciada, em março, pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Marcos Pontes. O corte ocorre após o presidente convidar o ministro – o primeiro astronauta brasileiro – para a sua live semanal justamente para falar sobre o imunizante. A pesquisa da vacina é da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP). Estavam previstos R$ 207,2 milhões, dos quais R$ 200 milhões seriam injetados por emendas do Orçamento de 2021.
Desabastecimento de vacinas
Das 5.570 prefeituras do Brasil, 2.831 (50,8%) participaram da sexta edição da pesquisa da Confederação Nacional de Municípios (CNM) sobre a pandemia. Destas, 673 (23,8%) relataram falta de vacinas para a primeira dose dos prioritários nesta semana ou na anterior. Para a segunda dose, 869 prefeituras (30,7%) ficaram sem imunizante.
Ultrafreezers para a Pfizer
O Brasil recebeu um lote de um milhão de doses da vacina da Pfizer na noite de quinta-feira (29). Enquanto as outras vacinas podem ser mantidas em refrigeradores comuns (entre 2ºC e 8ºC), o novo imunizante precisa ser armazenado em temperaturas mais baixas (entre -65ºC e -80ºC). Por isso, os governos estaduais recorreram aos freezers de hospitais e universidades. Por causa da estocagem, o imunizante da Pfizer só será aplicado em capitais.
Novos lotes
A Fiocruz atingiu 26,5 milhões de doses da vacina da AstraZeneca entregues ao Ministério da Saúde nesta sexta-feira (30). Destas, 19,7 milhões ocorreram em abril, superando a previsão de 18,8 milhões. Só hoje o Butantan entregou 600 mil doses da CoronaVac.
Painel Coronavírus
Vacinados
• 1,11 bilhão no mundo (14,8% da população)
• 41,99 milhões no Brasil (19,9% da população)
Segunda dose
• 235,33 milhões no mundo (3% da população) *
• 13,4 milhões de brasileiros (6,37% da população)
* dados arredondados
Quando será a minha vez?
Não há dia certo, porém no link da plataforma “Quando vou ser vacinado” é possível obter uma estimativa. Como os dados são atualizados quase todos os dias, as expectativas mudam de acordo com a quantidade de doses aplicadas, grupos atendidos, faixas etárias e estado. Confira.
Leitos de UTI
• 90% * de ocupação total em 19 estados brasileiros e o DF
* Não há uma contagem sistemática e centralizada dos leitos de UTI disponíveis nas redes pública e privada do país. O levantamento de MR é baseado nas informações veiculadas na imprensa
Casos confirmados no Brasil
• 14.659.011 – acumulado
• 68.333 – novos infectados
• 13.194.538 – recuperados
• 1.060.632 – em acompanhamento
• 6.976 – incidência por grupo de 100 mil habitantes
Mortes confirmadas no Brasil
• 403.781 – óbitos acumulados
• 2.595 – novas vítimas fatais
• 2,7% – letalidade
• 192 – mortalidade por grupo de 100 mil habitantes
Dados atualizados em 30/04/21 – 19h30
Fontes: Ministério da Saúde, consórcio de veículos de imprensa, Universidade Johns Hopkins (EUA) e Fiocruz.