Adenovírus e mRNA podem vencer covid longa
Um estudo avalia a tendência de alívio dos sintomas da covid longa após a inoculação com vacinas baseadas em mRNA (Pfizer e Moderna) e adenovírus (AstraZeneca), aponta o jornal britânico The Guardian desta terça-feira (18). Inicialmente considerado um problema respiratório, a sequela da infecção pode perdurar por meses em alguns pacientes recuperados. A constatação contrariou as expectativas do grupo de pesquisa britânico LongCovidSOS, que avaliava se os imunizantes poderiam piorar os sintomas. Após o acompanhamento do quadro clínico no pós-vacinação, 56,7% dos entrevistados experimentaram uma melhora geral, com 24,6% permanecendo inalterados e 18,7% com piora dos sintomas. A análise envolveu 812 voluntários no Reino Unido e no exterior e ainda não foi revisada.
O que MONEY REPORT publicou hoje
- “Presumi que o presidente soubesse”, diz ex-chanceler sobre carta da Pfizer
- CPI pode adiar convocação e focar na quebra de sigilos de Carlos Bolsonaro
- Araújo diz que alinhamento com Trump não deu vantagens na corrida pela vacina
O que o ex-chanceler disse à CPI
O resumo do que o ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, falou à CPI da Pandemia.
- Primeiro, só que não: afirmou que o Brasil foi o primeiro país a receber vacinas da Índia, o que é falso. Em 20 e 21 de janeiro, lotes de Astrazeneca/Oxford produzidos pelo Instituto Serum foram enviados aos vizinhos Butão (150 mil doses) e Nepal (1 milhão doses). No mesmo 21 de janeiro, foram enviadas remessas de 2 milhões de doses ao Brasil e ao Marrocos. As cargas chegaram aqui em 22 de janeiro;
- Covax tardio: questionado sobre o que levou o governo brasileiro a optar pela cota mínima de 10% no consórcio Covax Facility, da Organização Mundial da Saúde (OMS), quando seria possível atender até 50% da população, Araújo explicou que em abril do ano passado a OMS não possuía um modelo de contrato adequado, o que faria o Brasil depender de medidas legislativas para a aquisição. “Ficou pronto no começo de setembro e assinamos”. Não foi bem assim. Foi a cônsul brasileira em Nova York, Maria Nazareth Farani, quem convenceu o então chanceler a ingressar na iniciativa. Porém, Araújo afirmou que a decisão foi do Ministério da Saúde, então sob gestão de Eduardo Pazuello;
- Sempre cloroquina: “[O medicamento] é utilizado para várias doenças e naquele momento gerava expectativas de que pudesse ser usado também para a covid. Concretamente, foi feito para suprir o mercado brasileiro. Portanto, nada de ideológico”;
- Oxigênio venezuelano: disse que não fez nenhum contato com o governo da Venezuela durante o colapso de Manaus, em janeiro. Porém, em 19 daquele mês, caminhões enviados por Caracas entregaram na capital amazonense cerca de 100 mil m³ de oxigênio hospitalar. Documentos obtidos pelo Ministério Público de Contas indicam que 31 pessoas morreram sufocadas no estado entre 14 e 15 de janeiro. Ao senador e vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Araújo afirmou que o Itamaraty não agradeceu ao país vizinho após a chegada da ajuda.
Leve queda global nas mortes
A OMS informou que, pela segunda semana consecutiva, houve um declínio global nas mortes por covid-19 – e nos casos. O diretor-geral da entidade, Tedros Adhadom, alertou para uma grande discrepância. Nos países com taxas mais altas de vacinação, parece haver a impressão errônea que a pandemia acabou, esquecendo que o vírus circula livre em outros locais. Mesmo assim, há lugar para otimismo. Na comparação das médias diárias semanais de óbitos agrupadas pela Universidade Jonhs Hopkins, houve queda de 3,19% entre 9 de maio (12.987) e 15 de maio (12.572).
Rio de Janeiro arrumando a fila
O município do Rio de Janeiro regularizou nesta semana a aplicação da segunda dose da CoronaVac.
- No sábado (15), a Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que distribuiu 90 mil doses de CoronaVac aos municípios, além das 162.210 entregues entre quinta e sexta-feira para a segunda aplicação;
- Na cidade do Rio, quem estava com a segunda dose atrasada foi atendido até segunda-feira (17);
- A partir desta terça-feira (18), serão imunizadas as pessoas que ainda estão no prazo para a segunda inoculação.
Mix seguro de doses
Uma pesquisa do Instituto de Saúde Carlos III, da Espanha, concluiu que intercalar as doses das vacinas da Pfizer (mRNA) e da AstraZeneca (adenovírus) é seguro e eficaz. Os resultados preliminares do estudo Combivacs foram divulgados nesta terça-feira (18). Dos cerca de 670 voluntários entre 18 e 59 anos que já haviam recebido uma dose de AstraZeneca, 450 foram inoculados com Pfizer. Efeitos colaterais como mal-estar e dores de cabeça e musculares foram registrados em 1,7% dos participantes.
30 mil voluntários
A GlaxoSmithKline divulgou resultados provisórios positivos de testes intermediários de sua vacina contra a covid. O imunizante é desenvolvido em parceria com a canadense Medicago. Até 30 mil voluntários se inscreveram para os estudos de fase 3. A farmacêutica explicou que a vacina poderá ser armazenada em geladeiras comuns.
Teste bem rápido
Pesquisadores das universidades da Flórida, nos Estados Unidos, e Chiao Tung, em Taiwan, criaram dispositivos que permitem detectar a infecção pelo novo coronavírus entre até 30 minutos. Em algumas situações, o resultado sai instantaneamente. Os estudos foram divulgados nesta terça-feira (18) no Journal of Vacuum Science & Technology B, do Instituto Americano de Física.
Painel Coronavírus
Vacinados
• 1,5 bilhão no mundo (20% da população)
• 53,4 milhões no Brasil (25,4% da população)
Segunda dose
• 354 milhões no mundo (4,2% da população) *
• 17,4 milhões de brasileiros (8,26% da população)
* dados arredondados
A Universidade Johns Hopkins (EUA) não atualizou os dados globais da segunda dose
Quando será a minha vez?
Não há dia certo, porém no link da plataforma “Quando vou ser vacinado” é possível obter uma estimativa. Como os dados são atualizados quase todos os dias, as expectativas mudam de acordo com a quantidade de doses aplicadas, grupos atendidos, faixas etárias e estado. Confira.
Leitos de UTI
• 80% * de ocupação total em 12 estados brasileiros e o DF
* Não há uma contagem sistemática e centralizada dos leitos de UTI disponíveis nas redes pública e privada do país. O levantamento de MR é baseado nas informações veiculadas na imprensa
Casos confirmados no Brasil
• 15.732.836 – acumulado
• 75.445 – novos infectados
• 14.247.609 – recuperados
• 1.046.177 – em acompanhamento
• 7.486,6 – incidência por grupo de 100 mil habitantes
Mortes confirmadas no Brasil
• 439.050 – óbitos acumulados
• 2.513 – novas vítimas fatais
• 2,8% – letalidade
• 208,9 – mortalidade por grupo de 100 mil habitantes
Dados atualizados em 18/05/21 – 19h30
Fontes: Ministério da Saúde, consórcio de veículos de imprensa, Universidade Johns Hopkins (EUA) e Fiocruz