A segunda dose é fundamental
O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, garantiu que atrasos na imunização não invalidam o combate à covid-19. “[O período de] 28 dias [no caso da CoronaVac] é o ideal, mas a vacinação posterior não invalida o processo. Então, quem tomar com 30 dias, com 40 dias, com 50 dias, com 60 dias, não perde o esquema. A pessoa simplesmente vai demorar mais para ser plenamente protegida”, explicou à CPI da Pandemia no Senado, nesta quinta-feira (27). Covas enfatizou que o importante é não deixar de tomar e demonstrou preocupação com a parcela da população que não retornou para a segunda dose.
O que MONEY REPORT publicou hoje
- Guedes admite a possibilidade de prolongar auxílio emergencial
- 60 milhões de doses e entrega ainda em 2020: a oferta inicial do Butantan ao governo federal
- Exame: país continua a evoluir apesar da pandemia e de governos, diz Esteves
- Pazuello indica que só deve ir para a reserva quando a CPI acabar
Barreiras em terras indígenas
A Câmara dos Deputados autorizou, nesta quinta-feira (27), que a Fundação Nacional do Índio (Funai) monte barreiras sanitárias em áreas indígenas. A medida vai controlar o trânsito de pessoas e mercadorias para evitar o contágio e a disseminação da covid. O texto segue para o Senado.
Nova tratamento com anticorpos
A Administração de Alimentos e Drogas (FDA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos concedeu, nesta quarta-feira (26), autorização de uso emergencial para o tratamento com Sotrovimab, desenvolvido por Vir Biotechnology e GlaxoSmithKline, contra quadros leves e moderados de covid em pessoas a partir de 12 anos ou hospitalizados com quadro leve ou moderado que não necessitem de oxigenoterapia. Esses pacientes devem possuir alto risco de progressão da doença devido à condições como obesidade, gravidez e doenças cardíacas. O medicamento é o terceiro baseado em anticorpos monoclonais a ser permitido nos EUA.
O que a Dimas Covas disse à CPI
O resumo do que Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, responsável pela CoronaVac, falou à CPI
- Tempo perdido: explicou que o Butantan fez a primeira oferta de vacinas ao Ministério da Saúde em 30 julho de 2020, mas ficou sem resposta. Eram 60 milhões de doses que seriam entregues no último trimestre daquele ano. Dimas Covas afirmou que o Brasil poderia ter sido o primeiro país a iniciar a vacinação se o governo federal tivesse colaborado. Vale lembrar que o Reino Unido saiu na frente, em 8 dezembro. O Brasil esperou até 17 de janeiro;
- Críticas à China: o senador e relator Renan Calheiros (MDB-AL) o questionou sobre as consequências das declarações do Planalto contra a China. “O ocorre aqui no Brasil repercute na China. Os chineses têm grande orgulho da contribuição que o país dá ao mundo neste momento. Então, isso se reflete nas dificuldades burocráticas, que eram normalmente resolvidas em 15 dias, e hoje demoram mais de mês para serem resolvidas”, explicou;
- Variantes: avaliou que os primeiros meses deste ano mostraram uma face mais agressiva da pandemia por causa da variantes e que a campanha em curso não é capaz de impedir novas ondas: “Essa pandemia ainda vai persistir durante 2021 e talvez no começo de 2022”.
Desespero indiano
A Índia deixou de exigir testes locais para vacinas estrangeiras reconhecidas por reguladoras internacionais conceituadas. O governo quer acelerar as imunizações para conter as contaminações e mortes que já somam, 27,4 milhões e 315 mil, respectivamente. Apenas 3% dos 1,3 bilhão de indianos recebeu as duas doses, a taxa mais baixa entre os dez países com maior número de casos. A decisão permitirá a importação das vacinas da Pfizer, Johnson & Johnson e Moderna. “Isso é uma grande falha de governança. A Índia é um dos maiores produtores de vacinas”, escreveu Kaushik Basu, ex-assessor econômico do governo, no Twitter. A Índia tem inoculado a população com a AstraZeneca/Oxford, produzida pelo Instituto Serum, e com a Covaxin, do Bharat Biotech.
A vez dos estagiários
A prefeitura de São Paulo antecipou para esta sexta-feira (28) o início da vacinação dos profissionais da área de saúde com mais de 18 anos. Estudantes em estágio poderão ser imunizados. Para isso, precisarão apresentar um documento do conselho de classe, comprovante de habilitação para a profissão (certificado ou diploma) ou de que cursam o último ano da graduação ou de curso técnico.
Áreas atendidas
- Medicina
- Enfermagem
- Nutrição
- Fisioterapia
- Terapia ocupacional
- Biologia
- Biomedicina
- Técnicos laboratoriais que façam coleta de RT-PCR SARS-CoV2 e análise de amostra de covid-19
- Farmacêuticos
- Técnicos farmacêuticos
- Odontologia e profissionais de áreas correlacionadas à saúde bucal
- Fonoaudiologia
- Psicologia
- Assistência social
- Educação física
- Medicina veterinária
Outros grupos
- Também nesta sexta-feira começa a imunização de pessoas na faixa de 40 a 44 anos com comorbidades;
- E de beneficiários de prestação continuada da assistência social (BPC)
Painel Coronavírus
Vacinados
• 1,78 bilhão no mundo (23,7% da população)
• 64,57 milhões no Brasil (30,6% da população)
Segunda dose
• 421 milhões no mundo (5% da população) *
• 19,5 milhões de brasileiros (9,26% da população)
* dados arredondados
Quando será a minha vez?
Não há dia certo, porém no link da plataforma “Quando vou ser vacinado” é possível obter uma estimativa. Como os dados são atualizados quase todos os dias, as expectativas mudam de acordo com a quantidade de doses aplicadas, grupos atendidos, faixas etárias e estado. Confira.
Leitos de UTI
• 80% * de ocupação total em 17 estados brasileiros e o DF
* Não há uma contagem sistemática e centralizada dos leitos de UTI disponíveis nas redes pública e privada do país. O levantamento de MR é baseado nas informações veiculadas na imprensa
Casos confirmados no Brasil
• 16.342.162 – acumulado
• 67.467 – novos infectados
• 14.786.292 – recuperados
• 1.099.196 – em acompanhamento
• 7.777 – incidência por grupo de 100 mil habitantes
Mortes confirmadas no Brasil
• 456.674 – óbitos acumulados
• 2.245 – novas vítimas fatais
• 2,8% – letalidade
• 217 – mortalidade por grupo de 100 mil habitantes
Dados atualizados em 27/05/21 – 18h
Fontes: Ministério da Saúde, consórcio de veículos de imprensa, Universidade Johns Hopkins (EUA) e Fiocruz