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Nº 197: ninguém morreu em Manaus; CPI das estimativas dolorosas; sintomas gripais da Delta

Manaus sem óbitos

Após ser palco do pior colapso do sistema de saúde do país em janeiro, Manaus não registrou mortes por covid-19 nas últimas 24h pela primeira vez desde 5 de novembro, aponta a Fundação de Vigilância de Saúde do Amazonas (FVS). De acordo com o boletim da FVS, foram registrados 511 novos casos. Na capital do Amazonas, 36% dos 2,02 milhões de habitantes receberam uma dose de imunizante e 15%, duas.

O que MONEY REPORT publicou hoje

Junho, o mês mais infeccioso em SP

O estado de São Paulo vive seu pior mês na pandemia. Antes de encerrar, junho registra mais contaminações do que abril, até então o pior período. Entre o dias 1° e 23 de junho foram registarados 358.208 casos, contra 341.713 de 1º a 23 de abril – uma alta de 4,8%. A média de novos casos nos últimos 7 dias foi de 17.183 na quarta-feira (23), 69% maior que o registrado há 14 dias, quando a média ficou em 10.160 casos. Apesar das contaminações, as mortes registraram queda. Em 1° de abril foram 1.082 e em 23 de junho, 724, uma queda de 33%. A taxa de ocupação das UTIs no estado é de 77,8% – na Grande São Paulo, 73%. São Paulo imunizou 11,7% da população. Especialistas afirmar que o crescimento dos casos se deve ao baixo isolamento social e às novas variantes mais contagiosas.

O que Hallal e Werneck disseram à CPI

Da esquerda à direita: Pedro Hallal, o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), e Jurema Werneck

O resumo do que disseram aos senadores o epidemiologista e pesquisador da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Pedro Hallal, e Jurema Werneck, diretora-executiva da Anistia Internacional Brasil e representante do Movimento Alerta.

  • Suécia: desde o depoimento do deputado Osmar Terra (MDB-RS), a base do governo usa o país como exemplo para a imunidade de rebanho e o isolamento vertical. Nesta quinta-feira (24), Hallal e o vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), relembraram que a Suécia registrou em 2020 o pior desempenho na pandemia entre os países escandinavos e que não serviria como exemplo positivo. O país acumula 1,09 milhão de casos e 14,6 mil mortos, enquanto a Noruega tem 130 mil casos e 792 mortes, a Dinamarca, 292 mil casos e 2.531 mortes, e a Finlândia, 94.596 casos e 969 mortos. Em 17 de dezembro, o rei da Suécia, Carl Gustav, criticou a política sanitária de seu país;
  • Vigilância: Werneck criticou o governo federal e explicou que em uma pandemia, a vigilância epidemiológica é crucial para avaliar os rumos das políticas públicas de saúde. “Isso teria diminuído os grandes focos de transmissão, se nós os identificássemos primeiro”. Ela explicou que 14% da população fez algum teste de covid-19, porém o resultado não serve como amostragem, pois engloba apenas quem está na faixa salarial a partir de 4 salários-mínimos, enquanto os que ganham até 2 salários são os mais contaminados;
  • Não farmacológicos: ela também deixou claro que medidas não farmacológicas amplamente difundidas da maneira correta desde o início pelo governo federal teria reduzido em 40% a mortalidade;
  • Mínimo: Hallal explicou que em uma pandemia, o mínimo necessário é testar, isolar, rastrear e, quando possível, vacinar. “Pergunte a um infectado se ele, ao ser atendido, alguém perguntou com quem ele esteve nos últimos dias”;
  • Culpa presidencial: o enfectologias afirmou ter duras críticas aos ministros Saúde, mas as ações mais nocivas vieram do presidente Jair Bolsonaro, pois ele desde o princípio incentivou tratamentos ineficazes, aglomerações e boicotou as vacinas: “Nosso único inimigo deveria ser o vírus”;
  • Vidas poupadas: ambos os pesquisadores participaram de estudos que estimaram que entre 120 mil e 400 mil mortes seriam evitadas se o Brasil tivesse adotado as medidas corretas de controle da pandemia e se a vacinação fosse célere desde o início. Hallal afirmou que a demora na vacinação levou a pelo menos 95,5 mil mortes. O Brasil acumula 507 mil óbitos.

Confira o estudo de Jurema Werneck:

OMS pede doses à África

Mãe e filha em um centro de saúde em Abidjan, Costa do Marfim

Em um novo apelo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu aos países desenvolvidos que enviem vacinas ao continente africano. O temor é que uma terceira onda ultrapasse os esforços limitados de proteção dos governos locais. “Um surto ameaça a África”, afirmou o diretor regional da OMS, Matshidiso Moeti. Os países registram mais de 5 milhões de casos e quase 140 mil mortes, embora deva ser considerado um grande subnotificação. Os mais atingidos são África do Sul (1,86 milhão de casos acumulados e 59,2 mil vítimas fatais), Uganda (40.734 registros e 334 mortes) e a República Democrática do Congo (38.936 infectados e 896 óbitos). A OMS informou que 8 países já usaram seus estoques fornecidos pelo consórcio Covax e outros 18 estão perto de esgotá-los. Das quase 2,8 bilhões de doses administradas globalmente, pouco menos de 1,5% foram na África.

Variante andina

A Lambda (C.37), variante encontrada nos Andes, causa preocupação. Há uma semana a OMS incluiu a linhagem na categoria das variantes de interesse (VOI, na sigla em inglês), por ser responsável por acúmulos de casos e ter se espalhado por Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Equador, México e Peru. O primeiro caso foi identificado em agosto de 2020, no Peru, e, em menos de um ano, responde por 82% dos registros no país. No Chile, foi a cepa foi identificada em um terço das novas infecções. Os casos estão em análise, portanto não há como saber se a variante é mais mortal ou mais infecciosa que as demais.

Preocupação imperial

O imperador do Japão, Naruhito

Há menos de um mês para os Jogos Olímpicos de Tóquio, o imperador japonês Naruhito afirmou estar preocupado com o risco de aumento das contaminações. A informação foi dada pelo chefe da Agência da Casa Imperial, Yasuhiko Nishimura, nesta quinta-feira (24). Patrono honorário das Olimpíadas, Naruhito não possui poder político de fato, porém sua figura é respeitada na sociedade japonesa e a afirmação pode causar mais incômodos ao governo e ao Comitê Olímpico Internacional (COI).

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Informe publicitário

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Testes bons, rápidos e baratos

Foram desenvolvidos por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de S. Paulo (Fapesp) dois novos métodos para identificar casos de covid-19. Ambos têm potencial para acelerar a testagem em massa no Brasil. O método é por análise de saliva, a exemplo do teste padrão RT-PCR. A vantagem estaria no preço um terço menor. Hoje, o RT-PCR custa entre R$ 300 e R$ 450.

  • O primeiro teste desenvolvido pela UFSCae utiliza um dispositivo com o mesmo princípio de funcionamento do medidor de glicose. O resultado sai rapidamente, é confiável e pode ser encaminhado pelo celular.
  • No segundo, os pesquisadores utilizam a plataforma Elisa, que faz a leitura de enzimas e permite a análise de 96 amostras de saliva a cada meia hora. “Em um dia você vai poder fazer milhares de testes”, explicou coordenador da pesquisa, Ronaldo Censi Faria.

Parece gripezinha, mas ainda é covid

Uma pesquisa do King’s College, de Londres, divulgada neste mês apontou que os sintomas de covid-19 podem mudar significativamente, dependendo da variante. As manifestações mais comuns associadas à variante Delta (B.1.617.2), identificada na Índia e prevalente no Reino Unido, são dores de cabeça, de garganta e coriza. Esses não eram indícios predominantes da Alpha (B.1.1.7), identificada no próprio país, que costuma causar febre, tosse e perda de olfato. O estudo aponta que é difícil avaliar os sintomas da Gamma (P.1), presente no Brasil, porém profissionais de saúde consultados notaram semelhanças com a Delta. “A covid está diferente agora, mais parecida com um resfriado forte”, afirmou o professor de epidemiologia genética do King’s College, Tim Spector. Ele explicou que as pessoas acham que estão apenas resfriadas e continuam saindo, permitindo que a Delta se espalhe com facilidade.

Dimas responde

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas afirma: “Para qualquer vacina, seja do coronavírus, seja para qualquer doença, a imunidade ao longo do tempo tende a cair. Não significa que vá acabar, ela persiste. O que importa é a imunidade celular gerada”. Confira:

Painel Coronavírus

Vacinados (cumulativos)
• 2,79 bilhões no mundo (37,2% da população)
• 91,59 milhões no Brasil (42,94% da população)

Segunda dose *
• 680 milhões no mundo (9,5% da população)
• 23,79 milhões de brasileiros (11,15% da população)
* dados aproximados

Leitos de UTI *
• 80% de ocupação total em 14 estados brasileiros e o DF
* Não há uma contagem sistemática e centralizada dos leitos de UTI disponíveis nas redes pública e privada do país. O levantamento de MR é baseado nas informações veiculadas na imprensa

Casos confirmados no Brasil
• 18.243.483 – acumulado
• 73.602 – novos infectados
• 16.511.701 – recuperados
• 1.222.641 – em acompanhamento
• 8.681,3 – incidência por grupo de 100 mil habitantes

Mortes confirmadas no Brasil
• 509.141 – óbitos acumulados
• 2.032 – novas vítimas fatais
• 2,8% – letalidade
• 242,3 – mortalidade por grupo de 100 mil habitantes

Dados atualizados em 24/06/21 – 20h30

Fontes: Ministério da Saúde, consórcio de veículos de imprensa, Universidade Johns Hopkins (EUA) e Fiocruz

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