Recuperado não significa saudável
Na CPI da Pandemia, duas placas são destaque. Uma com a contagem dos mortos pela covid no Brasil fica na mesa do relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL), e do vice-presidente da comissão. Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Já a de curados da doença está com o governista Luis Carlos Heinze (PP-RS) (imagem). Enaltecer quem se salvou parece algo positivo, mas a microbiologista Natalia Pasternak alerta que celebrar os curados também é lembrar de uma doença que traz “dor, sofrimento e sequelas”. O epidemiologista da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Pedro Hallal, explicou que exaltar os recuperados é como comemorar o gol da Brasil na goleada de 7 a 1 sofrida para a Alemanha. Mas por quê? Há algum tempo cientistas demonstram que a covid-19 não termina com alta hospitalar. Pacientes podem desenvolver sintomas de longa duração e sequelas graves. Em março, a revista científica Nature Medicine afirmou que esse índice fica entre 10% e 30%. Os principais sintomas são fadiga, dor torácica, dificuldades respiratórias, distúrbios cognitivos e dores nas articulações. À rede Deutsche Welle, a pesquisadora fisioterapeuta da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Mirelle Saes, alertou que o sistema de saúde pública precisa se preparar para o período pós-pandêmico.
Confira os resumos das CPIs citadas:
- Nº 184: G7 planeja o pós-pandemia; CPI científica; grávidas em risco
- Nº 197: ninguém morreu em Manaus; CPI das estimativas dolorosas; sintomas gripais da Delta
O que mais MONEY REPORT publicou
- Anvisa recebe pedido para uso emergencial da Sinopharm
- EUA consideram retomar uso de máscaras para imunizados
Hesitação, crescimento e chegada da lambda
Nas últimas semanas, os Estados Unidos registraram aumento de casos de covid-19 na esteira da variante delta. A nova cepa causa estragos em estados com baixas taxas de vacinação. O principal é o Missouri, com uma média de mais de 2,1 mil casos por dia nos últimos sete dias, de acordo com dados do The New York Times. Cerca de 41% da população do estado está totalmente vacinada. Flórida, Arkansas, Louisiana e Nevada também registram alta nas contaminações, aponta o jornal The Hill nesta segunda-feira (26). Especialistas em saúde alertam que indivíduos não vacinados são um risco. Eles podem espalhar a doença até que surjam outras cepas resistentes à vacina. A cepa lambda, detectada pela primeira vez no Peru, agora está nos EUA. A Organização Mundial da Saúde (OMS) a classificou como “de interesse”, um nível abaixo de “variante de preocupação”, como a delta. A diretora de saúde global e política de HIV da Kaiser Family Foundation, Jen Kates, explicou que os dados sobre a lambda ainda são limitados ainda, mas as informações sugerem que é tão transmissível quanto a delta.
Delta ganha força Brasil
Um balanço divulgado nesta sexta-feira (26) pelo Ministério da Saúde informou que os casos da variante Delta subiram para 169 neste final de semana. Na atualização de sexta-feira (23), eram 143. Deste total, 13 pacientes tiveram quadro grave e morreram por complicações. A pasta orientou que estados e municípios ampliem o sequenciamento genômico (procedimento que permite encontrar as variantes do novo coronavírus) para identificar as cepas.
Pfizer com intervalo reduzido
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou ao jornal Folha de S.Paulo, nesta segunda-feira (26), que é “muito provável” que a pasta anuncie a redução do intervalo entre a primeira e a segunda dose da vacina da Pfizer no Brasil. Em vez de esperar três meses pela segunda aplicação, os que foram ou ainda serão imunizados com a vacina receberão o reforço no intervalo de 21 dias. O tempo é o previsto na bula da vacina da Pfizer, mas o Ministério da Saúde decidiu, no passado, ampliá-lo para três meses para conseguir imunizar mais rápido um maior número de pessoas com a primeira dose.
Novas definições à segunda dose
O Ministério da Saúde anunciou nesta segunda-feira (26) uma nova recomendação para a vacinação de gestantes e puérperas. Aquelas que receberam a primeira dose da AstraZeneca poderão tomar a segunda dose de outra fabricante para completar o ciclo vacinal. A preferência é que essa nova agulhada seja da Pfizer. A recomendação, até agora, era que esse grupo esperasse o fim do puerpério para a tomar a segunda dose. Essa orientação foi dada após a morte de uma gestante no Rio de Janeiro. O caso teria relação com a primeira dose da Covishield, mas foi destacado que essa situação foi excepcional. Para as demais que ainda não se vacinaram, segue a orientação de aplicação da CoronaVac ou Pfizer.
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Brasil amplia proibição de exportação de insumos
A lista de produtos médicos, hospitalares e de higiene cuja exportação está proibida por serem considerados essenciais ao combate da pandemia foi ampliada. O decreto presidencial publicado no Diário Oficial da União nesta segunda-feira (26).
- Lei original: proíbe a exportação de ventiladores pulmonares mecânicos e seus circuitos; camas hospitalares; monitores multiparâmetros e equipamentos de proteção individual (EPIs), como luvas de látex, luvas nitrílicas, aventais impermeáveis, óculos de proteção, gorros, máscaras cirúrgicas e protetores faciais;
- Produtos incluídos: solução de cloreto de sódio 0,9%, em frasco/ampola com volume igual ou inferior a 10 ml; seringas, sem agulha, de plástico, com capacidade de 1 ml; seringas, sem agulha ou com agulhas de 22 Gx1″, 23 Gx1″ ou 24 Gx3,4″, de plástico, com capacidade de 3 ml; e agulhas hipodérmicas de aço inoxidável, com dimensão de 22 Gx1″, 23 Gx1″ ou 24 Gx3,4″.
EUA mantém restrições de viagens
Os Estados Unidos manterão as atuais restrições a viagens internacionais, anunciou a Casa Branca nesta segunda-feira (26). “A delta se espalha aqui e no mundo”, disse o secretário de imprensa da Casa Branca. O país atualmente proíbe a entrada de não americanos que nos últimos 14 dias estiveram no Reino Unido e países da União Europeia sem controle da pandemia, além de China, Índia, África do Sul, Irã e Brasil.
Alemanha pode apertar o cerco aos não vacinados
O chefe de Gabinete da chanceler alemã Angela Merkel, Helge Braun, disse ao jornal alemão Bild am Sonntag, no domingo (26), que a entrada em bares, restaurantes, cinemas e eventos desportivos na Alemanha poderá ser negada às pessoas não vacinadas. “Se tivermos uma elevada taxa de infeção, então os não vacinados terão de reduzir seus contatos sociais, mesmo aqueles que tenham sido testadas, pois o risco para todos os outros é demasiado elevado”, afirmou.
60 milhões de CoronaVacs
Painel Coronavírus
Vacinados
• 3,89 bilhões no mundo (51,86% da população)
• 131,97 milhões no Brasil (61,95% da população)
* primeira dose ou dose única
Segunda dose *
• 1,06 bilhão mundo (13,8% da população)
• 37,27 milhões de brasileiros (17,5% da população)
*dados aproximados
Casos confirmados no Brasil
• 19.707.662 – acumulado
• 18.398.567 – recuperados
• 758.593 – em acompanhamento
• 18.999 – novos infectados
• 9.378 – incidência por grupo de 100 mil habitantes
Mortes confirmadas no Brasil
• 550.502 – óbitos acumulados
• 578 – novas vítimas fatais
• 2,8% – letalidade
• 262 – mortalidade por grupo de 100 mil habitantes
Dados atualizados em 25/07/21 – 20h30
Fontes: Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Secretários de Saúde e Universidade Johns Hopkins (EUA)