Manifestações e pandemia
Grandes aglomerações podem desencadear novas cepas e explosões de casos. Em um momento em que o controle da pandemia no Brasil parecia se aproximar, as manifestações políticas – da oposição e da situação – poderão cobrar seu preço. A situação do Rio de Janeiro é a mais grave por causa da prevalência da cepa delta, de maior poder de contágio. No boletim 272, MR noticiou que o estado vai na contramão, registra a maior média móvel de mortes desde 26 de junho, conforme o painel Monitora Covid-19, da Fiocruz. Foram 142 vítimas fatais por dia nos últimos 7 dias, um aumento de 33% em relação a 14 dias antes. Com as aglomerações, deve ocorrer um agravamento. São Paulo também pode sofrer uma nova onda depois que mais de 100 mil pessoas se acotovelaram na Avenida Paulista sem máscaras. Apesar da ampla cobertura vacinal, há ainda incertezas sobre a força dos imunizantes diante das variantes.
- No Boletim 189, MR apontou que na Índia, quando peregrinos hindus participaram em massa do festival Kumbh Mela, uma explosão de casos e óbitos ocorreu pouco tempo depois.
Entregas reduzidas para o Covax
O consórcio Covax, da Organização Mundial da Saúde (OMS), deve receber 1,4 bilhão de doses de países doadores este ano, menos que os 2 bilhões estimados em julho, informou a Aliança de Vacinas Gavi, nesta quarta-feira (8). O corte se dá em razão das restrições de exportação do Instituto Serum, da Índia, e problemas de fabricação da Johnson & Johnson e AstraZeneca. Outro complicador é o atraso na análise regulatória das vacinas da Novavax e da Clover Biopharmaceuticals.
Delta atrasa retomada
O agravamento da pandemia nos Estados Unidos neste verão no hemisfério norte desacelera a perspectiva de recuperação da economia global. A alta é atribuída à variante delta, que atrapalha a operação de fábricas e a reabertura do comércio, serviços e escolas. Com perspectivas mais otimistas no início de 2021, o país enfrenta aumento de casos e cresce a percepção que doses de reforço são necessárias com urgência. Em 15 de junho, foram registrados 11.872 casos, em 7 de setembro, 301.138 casos, com 452 e 2.226 vítimas fatais, respectivamente.
Resolução 25 vezes maior
Pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) conseguiram, pela primeira vez no Brasil, sequenciar diretamente o RNA do Sars-CoV-2, o vírus da covid. Os resultados da pesquisa, apoiada pela Fapesp, foram divulgados em artigo ainda sem revisão por pares na plataforma bioRxiv. A técnica permite mapear o genoma viral com aproximadamente 25 vezes mais resolução que os métodos convencionais de sequenciamento.
____________________________________________________________________________
Informe Publicitário
_________________________________________________________________________
Alívio ainda inexplicável
Há poucas semanas, o coronavírus se espalhava de forma alarmante pela América do Sul, sobrecarregando os sistemas de saúde e matando milhares diariamente. De repente, o novo epicentro da pandemia viu as infecções caírem em quase todos os países com as taxas de vacinação aumentando. O alívio foi tão rápido, mesmo com a delta em circulação, que os especialistas não compreendem o novo cenário. Brasil, Argentina, Chile, Peru, Colômbia, Uruguai e Paraguai tiveram picos intensos nos primeiros meses de 2021, quando as campanhas iniciaram. As medidas de contenção foram desiguais e em grande parte frouxas, pois os governos focaram em dar impulso para suas economias. A pesquisadora dque dirigiu o programa de imunização do Brasil até 2019, Carla Domingues, disse: “É um fenômeno que não sabemos explicar”.
Novo medicamento experimental
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso em caráter experimental do Sotrovimabe para tratamento dos males provocaos pela infecção pelo novo coronavírus. O medicamento de anticorpo monoclonal foi autorizado para pacientes com quadros leve e moderado sob risco de evolução para uma condição grave. O Sotrovimabe é contraindicado aos hospitalizados que precisem de suporte ventilatório.
Ovinhos da ButanVac
Painel Coronavírus
Vacinados (cumulativos)
• 5,57 bilhões no mundo (74,26% da população)
• 135,32 milhões no Brasil (63,53% da população)
Segunda dose *
• 2,11 bilhões no mundo (27,3% da população)
• 67,91 milhões de brasileiros (31,91% da população)
* dados aproximados
Casos confirmados no Brasil
• 20.932.646 – acumulado
• 13.645 – novos infectados
• 19.913.578 – recuperados
• 396.761 – em acompanhamento
• 9.952 – incidência por grupo de 100 mil habitantes
Mortes confirmadas no Brasil
• 584.171 – óbitos acumulados
• 361 – novas vítimas fatais
• 2,8% – letalidade
• 278,1 – mortalidade por grupo de 100 mil habitantes
Dados atualizados de imunizados atualizados em 08/09/2021
Fontes: Ministério da Saúde, consórcio de veículos de imprensa, Universidade Johns Hopkins (EUA) e Fiocruz