Imunização global em andamento
Já foram administradas 103,8 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 em todo o mundo – 0,5% acima dos 103,3 milhões de casos registrados da doença no planeta, apontam os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). A maior parte das aplicações ainda são da primeira dose – que já oferece algum grau de imunização. Estima-se que apenas 11 milhões já receberam as duas doses. No Brasil, a vacinação alcançou 2,52 milhões, o que dá 2,4% do global de imunizados e 1,19% da população do país.
Sinovac acima dos 60
Os cientistas da Sinovac continuam estudando a CoronaVac. Eles publicaram os dados sobre a eficácia e segurança da vacina para adultos acima dos 60 anos no jornal científico The Lancet. Os dados ainda são provisórios, mas se mostram promissores e devem impulsionar os esforços de Pequim para o aumento da exportação do imunizante. Só que os pesquisadores pedem cautela sobre as inoculações no grupo de vulneráveis para o controle de eventuais reações adversas. Os ensaios clínicos da Sinovac apontam resultados positivos nas fases 1 e 2 (duplo-cego, quando nem o profissional e o pacientes sabem se nas ampolas há imunizante ou placebo) em pacientes com idade mais avançada. A fase 3 será feita em breve apenas com este grupo.
Confira o estudo completo
Diplomacia do Senado
Por videoconferência, o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, apresentou a um grupo de senadores mais uma vacina, a da Sinopharm, informou o jornal O Estado de S. Paulo. Mesmo fora do radar, o imunizante é amplamente utilizado na população chinesa. Outro ponto importante, o embaixador afirmou que o produto da Sinopharm também poderia ser produzido pelo Instituto Butantan, já que sua tecnologia é parecida com a da CoronaVac. O senador Nelsinho Trad (PSD-MS) afirmou que irá procurar a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na próxima semana para discutir essa aprovação. Em dezembro, o laboratório anunciou que a eficácia da vacina é de 79%.
Covaxin cada vez mais próxima
O Instituto Albert Einstein, vinculado ao hospital de mesmo nome, anunciou um acordo para realizar, em São Paulo, estudos de fase 3 da vacina indiana Covaxin (Bharat Biotech). Os testes devem começar em março e durar até 90 dias. A vacina deve ser aplicada em duas doses, com intervalo de 28 dias.
Contra falsificações
O Ministério da Justiça e Segurança Pública lançou uma campanha para combater a comercialização de vacinas falsificadas pela internet. Com o slogan “Vacina Pirata, Não!”, a intenção é alertar os cidadãos sobre os riscos à saúde e reforçar que, neste momento, apenas o poder público, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), está autorizado a fornecer o imunizante gratuitamente.
Mobilização da iniciativa privada
A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), em conjunto com outras 50 entidades, lançou a campanha “Vacina em combate à Covid-19”. Em meio ao aumento dos casos de coronavírus e a chegada das vacinas, a ideia é reforçar a importância da imunização para salvar vidas e retomar o crescimento econômico. Para isso, o rapper Fábio Brazza emprestou sua voz para conscientizar os trabalhadores na pandemia.
Mix de vacinas
Pesquisadores do Reino Unido procuram verificar se a administração de diferentes vacinas entre a primeira e a segunda dose pode ser eficaz. O objetivo do ensaio é estudar a possibilidade de aumentar a flexibilidade na vacinação, devido aos temores de uma potencial interrupção nas entregas dos lotes por conta da alta demanda, além de verificar se há alguma “mistura” com mais potencial de proteção. Até o momento, os testes são entre os imunizantes da AstraZeneca/Oxford e da Pfizer/BioNTech. O estudo recebeu investimentos de £ 7 milhões do governo britânico (quase € 8 milhões) e deverá envolver mais de 800 voluntários de mais de 50 anos.
Spray cubano
Os pesquisadores cubanos estão trabalhando a todo vapor. O país já tem quatro possíveis vacinas (Abdala, Mambisa e Soberanas 1 e 2). Destas, a Soberana 2 é a mais avançada, já em fase 2. Curiosidade: a Mambisa é a única das candidatas administrada na forma de spray nasal.
Pandemia e tratamento do câncer
A Organização Mundial da Saúde (OMS) para a Europa alertou para o impacto catastrófico da pandemia no tratamento do câncer. Entre os países do continente, um em cada três interrompeu parcial ou totalmente seus serviços oncológicos por causa da mobilização contra o coronavírus. “Alguns países registraram escassez de medicamentos anticancerígenos e muitos informaram uma queda significativa em novos diagnósticos de câncer, mesmo nos países desenvolvidos”, observou o diretor da OMS na Europa, Hans Kluge.
Negacionismo na África
As informações falsas continuam fazendo vítimas reais na pandemia. A falta de uma comunicação mais assertiva dos governos e os movimentos antivacinas impedem campanhas amplas na África, apontou a France Presse. “Há um alto nível de ceticismo”, afirmou Ayoade Alakija, líder na África da Convince, uma iniciativa para acabar com o preconceito contra os imunizantes. Entre as fake news de maior circulação, há uma que afirma que as campanhas são para esterilizar secretamente a população.
Outra guerra
Crianças e jovens em situação de rua, muitos libertados da condição de escravizados por milícias e grupos separatistas, lutam uma nova guerra contra a covid-19. Contratados, agora eles ajudam cavar poços em áreas favelizadas de Bangui, capital da República Centro-Africana (RCA). A iniciativa é uma parceria com a Unicef, tenta melhorar as condições de higiene dos moradores da região. O projeto começou em 2015 e já instalou poços para 25 mil pessoas. Com a calamidade global, a falta de saneamento ficou mais grave. O país registra 3,9 mil casos confirmados, mas o número de contaminados pode ser maior, diante da carência de testes. “Este trabalho pode mudar a minha vida. Finalmente tenho algum dinheiro e estou ajudando estas comunidades e o meu país”, afirmou um dos jovens à rede Deutsche Welle.
Passaporte corona
Em busca de uma retomada das atividades turísticas e a maior liberdade dos cidadãos, a Dinamarca deve lançar em alguns meses o seu “passaporte corona”, que possibilitará aos seus cidadãos maior trânsito no continente, apontou o ministro da Economia interino, Morten Bodskov. Pelo menos 3% da população do país (5,9 milhões) já recebeu a primeira dose. “Nós poderemos ser um dos primeiros países a adotar esse dispositivo e mostrá-lo ao resto do mundo”, destacou o ministro.
O que mais MONEY REPORT publicou hoje
- Avião da China chega a SP com insumos para 8,6 milhões de vacinas
- Metade dos restaurantes do Rio demitiu na pandemia
Painel Coronavírus
Dados atualizados em 04/02/21 – 19h30
Vacinados
- 103,8 milhões* (1,39% da população global)
- 2,52 milhão* (1,2% da população brasileira)
* Considerando só a primeira dose
Casos confirmados
• 9.396.293 – acumulado
• 56.873 – casos novos
• 8.291.763 – casos recuperados
• 875.735 – em acompanhamento
• 4.471,3– incidência por grupo de 100 mil habitantes
Óbitos confirmados
• 228.795 – óbitos acumulados
• 1.232 – casos novos
• 2,4% – Letalidade
• 108,9 – mortalidade por grupo de 100 mil habitantes
Fontes: Ministério da Saúde, consórcio de veículos de imprensa e Faculdade Johns Hopkins (EUA)