Mude seu olhar sobre a covid-19
A pesquisadora americana titular de Saúde Pública Global da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, Devi Sridhar (imagem), defendeu que os países desenvolvidos encarem o coronavírus como um sarampo e não como gripe para erradicá-lo, aponta a reportagem do jornal português Público deste sábado (13). “Temos que elevar a exigência, pois temos vacinas e por isso precisamos ser mais ambiciosos”, afirmou Sridhar. Para ela, a covid-19 precisa ser encarada como uma doença que deixa sequelas graves ou a morte, não é uma gripe convencional que some sem deixar rastros. “Esta é a diferença entre encarar a covid-19 como a gripe ou como o sarampo”, explicou a pesquisadora ao jornal.
Colapso paulista
O infectologista, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e membro do Centro de Contingência do Coronavírus do Estado de São Paulo, Marcos Boulos, afirmou em uma entrevista ao jornal Folha de S.Paulo publicada na noite de sexta-feira (12) que São Paulo poderá não ter mais leitos de UTI disponíveis na segunda-feira (15). Ele criticou o governador paulista, João Doria (PSDB): “Falávamos da necessidade de impor medidas mais restritivas que não foram acatadas. Acho que ele [Doria] foi pressionado pelo setor comercial e não ouviu a ciência para as restrições mais duras no tempo adequado e hoje estamos assim”. Boulos declarou que a adoção da “fase emergencial” foi proposta pelo grupo para mitigação e destacou que há uma campanha de imunização muito lenta em curso.
Um edital tardio, mas necessário
Empresas, fabricantes, envasadoras e distribuidoras de oxigênio medicinal que atendem as redes públicas e privadas terão que informar semanalmente sobre sua capacidade de produção, informou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) neste sábado (13). O intuito do edital é evitar o colapso ocorrido no Amazonas em janeiro em outros estados.
Ambições russas
Para atender a demanda global, o Fundo Soberano Russo (RDIF, na sigla em inglês) quer aumentar o alcance de suas vacinas para ser capaz de atender 1 a cada 10 pessoas no mundo em 2021. O chefe-executivo do fundo, Kirill Dmitriev, explicou que há negociações com a Índia, China e Coreia do Sul. “O sucesso da Rússia em fornecer para 17 países sua vacina reforçou as ambições. Milhões de doses já foram entregues na América Latina, principalmente à Argentina e ao México”. O Brasil logo mais será somado à lista russa, com a aquisição de 10 milhões de doses pelo Plano Nacional de Imunização (PNI) do governo federal e mais 37 milhões pelo Consórcio do Nordeste. O fundo afirma ter capacidade de oferecer até 700 milhões de doses ao mundo ainda neste ano.
Pfizer, Moderna e mais testes
Pesquisadores da Escola de Medicina Icahn em Nova York, nos Estados Unidos, publicaram um estudo no periódico New England Journal of Medicine que apontou à eficácia da aplicação de uma dose das vacinas Pfizer/BioNTech ou Moderna em pacientes que já contraíram a covid-19. Foram analisados 110 participantes separados em dois grupos: os que testaram positivo e negativo para a covid-19. Confira:
- Participantes positivos para covid-19 desenvolveram mais rapidamente anticorpos com uma dose da Pfizer/BioNTech ou Moderna;
- Os negativos tiveram baixa resposta na criação de anticorpos até o 12º dia após a vacinação da Pfizer/BioNTech ou Moderna;
- Foram identificados efeitos colaterais mais graves de ambas as vacinas em participantes que testaram positivo para a covid-19;
- Nenhuma hospitalização foi registrada após o uso dos imunizantes;
O que mais MONEY REPORT publicou
Painel Coronavírus
Dados atualizados em 13/03/21 – 19h00
Vacinados
- 335,4 milhões no mundo * (4,60% da população)
- 1,15 milhões no Brasil * (5,28% da população)
* Considerando as duas doses
Leitos de UTI
- 83% de ocupação total em 20 estados brasileiros e no DF*
* Não há uma contagem sistemática e centralizada dos leitos de UTI disponíveis nas redes pública e privada do país. O levantamento de MR é baseado nas informações veiculadas na imprensa
Casos confirmados
• 11.439.558 – acumulado
• 76.178 – casos novos
• 10.036.947 – casos recuperados
• 1.125.509 – em acompanhamento
• 5.444,0 – incidência por grupo de 100 mil habitantes
Mortes confirmadas
• 277.102 – óbitos acumulados
• 1.997 – novas vítimas fatais
• 2,5% – Letalidade
• 132,0 – mortalidade por grupo de 100 mil habitantes
Fontes: Ministério da Saúde, consórcio de veículos de imprensa, Universidade Johns Hopkins (EUA) e Fiocruz