Não há vagas

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) concluiu, sem surpresas, que o Brasil enfrenta o maior colapso sanitário e hospitalar de sua história. Os argumentos e dados estão no Boletim Extraordinário do Observatório Covid-19 Fiocruz, divulgado na terça-feira (16). Das 27 unidades federativas, 24 estados e Distrito Federal estão com taxas de ocupação de leitos de UTI no SUS iguais ou superiores a 80%, sendo 15 com taxas iguais ou superiores a 90%. Nas capitais, 25 das 27 estão com taxas iguais ou superiores a 80%, sendo 19 delas superiores a 90%. O estudo usou os informes das secretarias estaduais, das capitais e do DF. O mapeamento traz informações desde 17 de julho de 2020. Confira:

Terceira onda europeia

A Europa dá indícios de estar à beira de uma terceira onda. A causa estaria atrelada à interrupção temporária da vacinação com a Covishield, da AstraZeneca/Oxford, por suspeita de efeitos adversos, e à disseminação da cepa britânica, aponta o jornal britânico The Guardian desta quarta-feira (17). O virologista do Hospital Charité, de Berlim, Christian Drosten, explicou que a situação epidemiológica na Alemanha “não é boa agora” e foi agravada. “Precisamos dessa vacina”, disse sobre a Covishield. Na Itália, há aumento de casos. O ministro da saúde do país, Roberto Speranza, afirmou que mais da metade das novas infecções foram causadas pela variante. As restrições ao coronavírus foram intensificadas e mais da metade do país retornou à zona vermelha. O mesmo ocorre na Polônia e na França. As autoridades europeias têm demonstrado preocupação com a proximidade do feriado de Páscoa, com possíveis aglomerações e reuniões familiares.

Higiene na grade escolar

Um projeto de lei em análise na Câmara pretende incluir noções e hábitos de higiene na grade da educação básica (infantil, fundamental e ensino médio). A iniciativa alteraria a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). A proposta é do deputado Tiririca (PL-SP). “Se pode notar uma desinformação por parte da população com relação a essa matéria, principalmente em classes menos privilegiadas, que em grande parte não têm acesso nem ao saneamento básico”, afirmou o parlamentar.

Transtornos uruguaios

O Uruguai iniciou as imunizações na terça-feira (16), quando já foram registrados problemas. O cronograma contempla pessoas na faixa etária de 50 até 70 anos. Com um contingente tão grande, o Ministério da Saúde do país informou que em algumas regiões as doses acabaram quase imediatamente. A campanha também inclui brasileiros com dupla cidadania, na expectativa de controlar a entrada de cepas, principalmente a amazonense.

Paraguai pede socorro

O presidente Jair Bolsonaro recebeu, nesta quarta-feira (17), o chanceler do Paraguai, Euclides Acevedo, que veio pedir ajuda no enfretamento à pandemia. Os detalhes da conversa não foram informados. O governo paraguaio, que inicialmente lidou bem com a pandemia, se tornou alvo de protestos violentos da população por causa do atraso na campanha de vacinação e das explosões de casos e óbitos. O então ministro da Saúde, Julio Mazzoleni, renunciou ao cargo. A oposição quer o impeachment do presidente Mário Abdo Benítez. O país tem cerca de 183 mil casos confirmados e 3,5 mil mortes.

O que mais MONEY REPORT publicou

• Impacto econômico das escolas fechadas pode durar 15 anos
• Novo ministro da Saúde já deve prestar contas no Senado na próxima semana
• São Paulo antecipa prioritários, zera ICMS do leite e oferece crédito ao comércio
• Pesquisa reforça expectativas dos brasileiros com a vacina
• Piora a imagem de Bolsonaro na gestão da pandemia, mostra Datafolha

Painel Coronavírus

Dados atualizados em 17/03/21 – 19h

Vacinados

• 390,3 milhões no mundo * (5,2% da população)
• 11,9 milhões no Brasil * (5,63% da população)
  * Considerando as duas doses

Leitos de UTI

• 89% de ocupação total em 25 estados brasileiros*
  * Não há uma contagem sistemática e centralizada dos leitos de UTI disponíveis nas redes pública e privada do país. O levantamento de MR é baseado nas informações veiculadas na imprensa

Casos confirmados
• 10.287.057 – acumulado
• 90.303 – novos infectados
• 10.287.057 – recuperados
• 1.122.006 – em acompanhamento
• 5.556 – incidência por grupo de 100 mil habitantes

Mortes confirmadas
• 284.775 – óbitos acumulados
• 2.648 – novas vítimas fatais
• 2,4% – letalidade
• 136 – mortalidade por grupo de 100 mil habitantes

Fontes: Ministério da Saúde, consórcio de veículos de imprensa, Universidade Johns Hopkins (EUA) e Fiocruz