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Volta de quem jamais se foi; UTIs enchendo; quinta dose chegando

Cuidados com nova onda

Nas últimas semanas, a taxa de transmissão (rT) da covid-19 subiu e o número de casos voltou a aumentar após o surgimento das subvariantes BQ.1 e XBB da ômicron, mais transmissíveis e resistentes às vacinas. De acordo com dados da plataforma InfoTracker, a taxa de transmissão registrada neste mês é a mais alta desde julho de 2022. Os cientistas alertam os brasileiros para que tomem as doses complementares da vacina contra o coronávirus, sobre a necessidade de retomada do uso das máscaras, especialmente em lugares fechados, e dos cuidados com a higiene, como lavar as mãos com água e sabão ou usar álcool em gel.

Professor Nicolelis temeroso  

O neurocientista Miguel Nicolelis alertou: “É quase certo que estamos entrando numa nova onda da pandemia de covid-10 que, ao contrário do que muitos acreditam, está longe de acabar”. Segundo ele, a nova variante a BQ.1 “já causou sérios problemas na Europa, Ásia e EUA, chegou ao Brasil e está se espalhando rapidamente. Prova disso é que o fator de replicação já está superior a 1!”. Isso significa que, estatisticamente, para cada contaminado a doença é retransmitida para mais de um pessoa.

O que MONEY REPORT publicou
Internações em UTIs de SP crescem 65% em duas semanas

Em meio à alta de casos de covid e a identificação de novas subvariantes em território nacional, o número de pacientes internados com coronavírus em unidades de terapia intensiva (UTIs) da Grande São Paulo cresceu 65,1% nas últimas duas semanas, segundo dados da Secretaria Estadual da Saúde paulista. Em 25 de outubro, eram 215 pessoas. Na última terça-feira (8), 335. O número de hospitalizados em leitos de enfermaria teve aumento percentual ainda maior, passando de 364 para 660 no mesmo período, alta de 81,3%, também de acordo com dados do órgão estadual.

Brasil é o segundo em vítimas fatais e o 17º por milhão

A lista de registros de mortes por milhão pela covid é liderada pelo Peru, com 6.377 vítimas fatais. A seguir estão Bulgária (5.594), Bósnia e Herzegovina (5.005) e Hungria (4.827). O Brasil ocupa a 17ª posição, com 3.226 óbitos por milhão de habitantes. Por ter uma grande população (223 milhões de habitantes), a colocação do país não é tão pior, já que com 688 mil mortes, respondemos por mais de 10% das vítimas globais e só estamos atrás dos Estados Unidos em mortes (1 milhão). Os dados são do Our World in Data, que é alimentado pelos pesquisadores da Universidade Johns Hopkins para as Nações Unidas.

Quinta dose contra a BQ.1

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alertou, na quinta-feira (10), para o aumento dos casos em quatro estados: Rio de Janeiro, Amazonas, São Paulo e Rio Grande do Sul. Segundo a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), o número de testes positivos no varejo farmacêutico subiu 38% em uma semana – com 4.850 diagnósticos de 31 de outubro a 6 de novembro. Especialistas apontam que a introdução da nova subvariante do coronavírus, BQ.1, mais transmissível, pode estar por trás do aumento no número de infecções. Para tentar frear o avanço da doença, ao menos seis estados e o Distrito Federal começaram a aplicar a quinta dose das vacinas contra o coronavírus.

O coronavírus nunca foi embora
Natalia Pasternak, microbiologista

Com o Brasil diante do risco de uma nova onda de covid-19 às vésperas das festas de fim de ano, a microbiologista Natalia Pasternak afirma que a doença jamais foi embora e “veio para ficar”. Ela lamentou o fato de o governo de Jair Bolsonaro (PL) não ter preparado a população para lidar com os surtos causados por variantes. “A covid-19 não voltou agora. Ela nunca foi embora. A gente não fala que a gripe voltou, ela tem surtos, é uma doença sazonal. A covid a gente não conhece tanto, mas sabemos que veio para ficar. É um vírus respiratório, não é erradicável com vacinas, tem reservatório animal e capacidade de gerar variantes que escapam das vacinas. Então, fará parte da nossa vida”.

Reinfecção aumenta duas vezes o risco de morte

Um estudo divulgado na revista Nature Medicine alerta que é preciso seguir atento ao novo coronavírus. O patógeno continua fatal. Ser infectado mais de uma vez aumenta em duas vezes o risco de morte, mostra a pesquisa com dados de mais de 11 milhões de pessoas. Uma maior possibilidade de hospitalização e de ter o funcionamento de órgãos vitais comprometidos, como pulmões e coração, também foi observada por cientistas da Universidade de Washington, em St. Louis, entre indivíduos infectados pelo vírus em mais de uma ocasião. “Nossa pesquisa mostrou que contrair uma infecção pela segunda, terceira ou quarta vez contribui para riscos adicionais à saúde na fase aguda, ou seja, nos primeiros 30 dias após a infecção, e nos meses seguintes, na longa fase da covid”, informa em notam Ziyad Al-Aly, um dos autores do artigo.

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