Enel não deu prazo para restabelecimento total de energia
Milhares de pessoas permanecem dois dias após o forte temporal com ventania recorde atingir a Grande São Paulo. A Enel, concessionária responsável, não deu um prazo para o religamento total.
Segundo a empresa, são 900 mil clientes que permanecem sem luz na Grande São Paulo, sendo 552 mil domicílios na capital paulista. A região também sofre com o desabastecimento de água, já que a falta de energia afetou o funcionamento das estações elevatórias. Segundo a Sabesp, o serviço está prejudicado em regiões de São Paulo, Santo André, São Bernardo do Campo, Cotia e Cajamar A distribuidora recomenda uso controlado nas áreas afetadas.
A Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor de São Paulo (Procon-SP) anunciou que notificará a empresa para que explique os motivos da demora para restabelecer o fornecimento e que monitora relatos de problemas em cidades do interior, atendidas por outras concessionárias, com atenção especial ao fornecimento para hospitais e instalações médicas e de saúde, incluindo residências em que haja equipamentos de suporte à vida.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, determinou a instalação de uma sala de situação para acompanhar o trabalho de restabelecimento de energia elétrica em São Paulo e informou que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) tem falhado na fiscalização da empresa.
Ele informou que vai intimar a Enel para que apresente justificativas para o novo apagão e que irá pedir uma “adequação imediata do serviço diante das ocorrências registradas” e, caso ela não apresente uma “solução satisfatória e imediata da prestação do serviço”, vai pedir o fim da concessão.
O apagão gerou também reação da Fhoresp (Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de SP) que disse que vai processar a Enel por conta dos prejuízos causados pela falta de luz, que atingiu 250 mil estabelecimentos representados pela entidade. Em novembro do ano passado, o blecaute que atingiu a capital de São Paulo e a região metropolitana provocou para o setor um prejuízo de R$ 500 milhões.
Em nota, a concessionária disse que tem trabalhado “dia e noite” para restabelecer o mais rápido possível o serviço e que trouxe equipes de outros estados, como Ceará e Rio de Janeiro, para agilizar o atendimento. “Em alguns casos, o trabalho para restabelecer a energia é mais complexo, pois envolve a reconstrução de trechos inteiros da rede”, afirmou.
O temporal também deixou vítimas. Sete pessoas morreram, sendo três pessoas em Bauru, duas em Cotia, uma na capital paulista e uma em Diadema.