“Tudo ou nada” prova que a realidade brasileira é mais delirante que a ficção. E o preço é alto
A trajetória de Eike Batista, marcada por capas de jornais e tabloides, seja por sua vida pessoal ou pelos negócios arriscados, ganhou um longa-metragem que acompanha a ascensão e queda do ex-bilionário – que chegou a ser o sétimo mais rico do mundo. O longa “Tudo ou Nada” estreou nesta quinta-feira (22) nos cinemas e tem como direção e roteiro a dupla Andradina Azevedo e Dida Andrade.
Inspirado no livro biográfico escrito pela jornalista Malu Gaspar, o filme recorta a tumultuada vida de Batista. A história começa em 2006, quando o Brasil passava por uma expansão econômica com o descobrimento do pré-sal, e segue até a sua prisão em 2017. Acostumado a uma vida de luxo e sucesso empresarial, Eike acredita que o pré-sal uma oportunidade de se aventurar no mundo do petróleo e então cria a OGX – com os desdobramentos já conhecidos.
O filme evidencia a desenvoltura do empresário nos negócios e sua capacidade de arrecadar bilhões para sua nova empresa com facilidade. Com Nelson Freitas, mais conhecido por papéis em comédia, o longa muitas vezes – sem querer ou não – se assemelha a esquetes do extinto “Zorra” (2015-2020). A realidade do submundo empresarial brasileiro, que navega pelo ambiente político, são representados como sátira. Cenas nas quais Eike negocia privilégios com o governador Sobral (André Mattos, em clara referência ao ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral) são construídas no deboche, com o empresário discutindo o empréstimo de um jatinho enquanto o político assegura sucesso em suas ambições corporativas.
Se a história de Eike fosse uma minissérie, poderia ser explorada com mais afinco e se enquadraria até em roteiros da TV aberta com suas aventuras com minério nos anos 1980 até sua prisão por corrupção.
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