Aluno de 15 anos atacou quatro pessoas no início da manhã. Adolescente de 17 anos morreu baleada na cabeça. Foi 11º ataque em escolas do Brasil em 2023
Um ataque a tiros na Escola Estadual Sapopemba, na Zona Leste de São Paulo, na manhã desta segunda-feira (23), resultou em uma morte e três feridos. O ataque começou por volta das 7h20. A vítima foi a aluno de 17 anos, Giovanna Bezerra (imagem). Uma câmera de segurança registrou o momento em que o jovem entra em uma sala de aula cheia de alunos e começa a atirar. Giovanna foi atingida na nuca à queima-roupa enquanto tentava fugir pelas escadas da escola.
O autor do ataque foi L.O.T., de 16 anos. Aluno do 1º ano do ensino médio daquela unidade, ele estaria de uniforme. O adolescente foi detido pela Política Militar no local e levado para o 70º Distrito Policial. A arma usada era legalizada e pertencia ao pai do perpetrador. As causas do ataque são desconhecidas, porém informações preliminares indicam que ele sofreria intimidações sistemáticas de colegas (bullying).
Três das quatro vítimas são mulheres. Além de Giovanna, que morreu no local, as outras duas foram atingidas no tórax e na clavícula. Elas foram levadas para o Hospital Geral de Sapopemba. As duas sobreviventes têm quadro estável e não correm risco. Uma delas recebeu alta o final da manhã. A quarta vítima é um aluno que sofreu cortes na mão atingido por cacos de vidro enquanto tentava escapar.
Em 24 de abril, o atirador teria registrado queixa na Polícia Civil por ter sofrido agressões e ameaças de outros alunos por, supostamente, ser homossexual. Em razão disso, ele teria alertado colegas que revidaria as agressões. Não há informações se a direção da escola teria conhecimento.
Porém, uma das mães de alunos relatou ao UOL que a direção sabia do caso. “Todo mundo sabia, a diretora também”, relatou Regina Bezerra, que disse conhecer o atirador e sua mãe. “Fui eu quem foi na casa dela avisar que o filho dela estava atirando em todo mundo na escola.” O portal Metrópoles obteve um vídeo das agressões ocorridas em sala supostamente contra L.O.T.
A polícia investiga se outras pessoas incitaram o ataque. O planejamento do atentado seria de conhecimento de outros três alunos também vítimas de bullying. Um deles estaria foragido.
Por meio de nota, o governo estadual lamentou o ocorrido e disse que a prioridade é prestar atendimento aos familiares das vítimas.
“O governo de SP lamenta profundamente e se solidariza com as famílias das vítimas do ataque ocorrido na manhã desta segunda-feira (23) na Escola Estadual Sapopemba. Nesse momento, a prioridade é o atendimento às vítimas e apoio psicológico aos alunos, profissionais da educação e familiares.”
Este foi 11º ataque em escolas do Brasil em 2023 e o segundo na capital paulista em sete meses. Pelo menos cinco deles deixaram pessoas mortas. Outros ataques com mortes e feridos foram registrados em Santa Catarina, Amazonas, Paraná, Ceará e Goiás, o que provocou a criação de um força-tarefa para impedir novos casos. Mais de 400 pessoas foram detidas por incitação à violência nas redes sociais.
O que MONEY REPORT publicou
- Escola Segura registra 400 prisões e apreensões
- Suspeito de incitar ataque à escola no PR é preso em PE
- Atirador de escola no Paraná é achado morto na prisão
- Morre segunda vítima de ataque em escola no Paraná
- Adolescente é assassinada no terceiro tiroteio em escola de 2023
- Policiais buscam 10 adolescentes suspeitos de planejar ataques
- Pais, filhos e professores à beira de um ataque de nervos
- São Paulo reforçará segurança nas escolas
- Adolescentes são atacadas em escola no interior do Ceará
- Adolescente neonazi queria cometer quinto ataque à escola
- Sem provas, Musk nega aumento de discurso de ódio no Twitter
- “Twitter apoia massacres” viraliza no próprio Twitter
- Musk prefere manter audiência a barrar agressores
- Adolescente esfaqueia 3 alunos em escola de Goiás
- Efeito imitador: estudante fere professora e alunos em Manaus
- Justiça quer excluir 430 contas do Twitter relacionadas com ataques em escolas
- Aos assassinos, o eterno anonimato
- Serviço de segurança dos EUA ajudará investigações em Blumenau
- Como nasceu a onda de ataques em escolas
