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Aumento drástico de focos de calor alarma Amazônia, Cerrado e Pantanal

Amazônia registra aumento de 120% em comparação ao mês de agosto de 2023. Focos de calor no Pantanal e Cerrado sobem 3.910% e 171% respectivamente 

O mês de agosto registrou um aumento significativo nos focos de calor nas regiões da Amazônia, Cerrado e Pantanal, segundo dados divulgados pelo Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) neste domingo (1º). Em comparação ao mesmo período de 2023, o número de focos de calor na Amazônia subiu 120%, alcançando 38.266 registros. O Pantanal teve um crescimento impressionante de 3.910%, ainda que não tenha superado os números de 2020, enquanto o Cerrado viu um aumento de 171% nos incêndios.

O estado de São Paulo também foi duramente atingido, registrando 3.612 focos de calor, o maior número para o mês de agosto desde o início das medições do Inpe em 1998. No acumulado de janeiro a agosto, 2024 já é o ano com o maior número de focos na Amazônia desde 2005, totalizando 63.189.

De acordo com Thais Bannwart, porta-voz do Greenpeace Brasil, o aumento dos incêndios, mesmo em meio à seca, é atribuído majoritariamente à ação humana. “O fogo que consome o país e impacta a nossa saúde é iniciado pela ação humana e, nas circunstâncias de eventos climáticos extremos, parece estar se tornando uma estratégia barata de destruição da natureza que ainda passa impune. Os responsáveis precisam ser identificados e punidos, e a impossibilidade de acessar financiamento neste tipo de situação é uma medida que deve ser estabelecida por bancos e reguladores”, afirma Bannwart.

Impunidade e falhas no sistema de crédito rural

Dois estudos recentes do Greenpeace Brasil destacam a urgência de combater a impunidade e reformar os critérios de concessão de crédito rural, que utiliza recursos públicos e taxas subsidiadas pelo governo. Um relatório revelou que, entre as fazendas supostamente envolvidas no “Dia do Fogo” em 2019, apenas 0,003% das multas ambientais aplicadas foram pagas, e que 29 dessas fazendas ainda receberam crédito rural.

Outro estudo apontou que imóveis rurais embargados pelo Ibama devido ao uso ilegal do fogo receberam R$ 68,2 milhões em crédito rural, valor próximo ao total das multas devidas (R$ 57,8 milhões), das quais apenas 0,1% foi quitado, reforçando a sensação de impunidade.

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