Três enormes pilhas de rejeitos à frente da barragem estão instáveis. 295 pessoas foram retiradas da área de risco
A Agência Nacional de Mineração (ANM) interditou, nesta segunda-feira (13), as atividades na Mina de Fábrica Nova, em Mariana (MG), e 295 moradores do povoado de Santa Rita Durão devem ser retirados da área de risco. A Vale inseriu um documento no Sistema Eletrônico de Informações comunicando que as pilhas de rejeitos à frente da barragem estão instáveis.
Caso as pilhas sofram algum tipo de ruptura haveria uma situação similar à ocorrência do transbordamento de um dique da Mina Pau Branco, da Vallourec, em janeiro 2022. Na ocasião, os rejeitos invadiram a BR-040, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A situação da barragem da Mina de Fábrica Nova é monitorada desde sexta-feira (10). A Agência Nacional de Mineração e Defesa Civil Estadual seguem para o local na manhã desta segunda. O auto de interdição foi expedido na última sexta-feira (12). Procurada, a Vale respondeu que aguarda resultado de vistoria da ANM.
“A Vale informa que, na última sexta-feira (11), a Agência Nacional de Mineração interditou, preventivamente, as atividades de disposição de estéril nas pilhas PDE Permanente I, PDE Permanente II e PDE União Vertente Santa Rita, da mina Fábrica Nova, em Mariana. A empresa acompanha vistoria da ANM e Defesa Civil, nesta segunda-feira, para os esclarecimentos necessários sobre as condições de estabilidade das estruturas, que permanecem inalteradas. Importante reforçar que as estruturas geotécnicas da companhia são vistoriadas frequentemente pela agência reguladora e monitoradas permanentemente por equipe técnica especializada”.
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