Os policiais identificaram elementos suficientes da participação deles na tentativa de golpe de Estado

A Polícia Federal está prestes a concluir o inquérito sobre a tentativa frustada de golpe de Estado no início do ano passado, após a vitória do presidente Lula em 2022, que culminou nos ataques de 8 de janeiro.

Segundo Guilherme Amado, do Metrópoles, devem ser indiciados o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e os generais Augusto Heleno e Walter Braga Netto, além dos ex-ministros Anderson Torres, Paulo Sérgio Nogueira e o almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha.

Os policiais identificaram elementos suficientes da participação deles na trama golpista iniciada em 2022. Mensagens encontradas pela PF mostram a relação de Bolsonaro com a minuta golpista feita para contestar o resultado das eleições, com o decreto de instituir Estado de Sítio e uma Operação de Garantia da Lei e da Ordem.

A situação do ex-presidente se agravou após os ex-comandantes do Exército, general Marco Antonio Freire Gomes, e da Força Aérea Brasileira (FAB), tenente-brigadeiro Carlos Baptista Júnior, informarem que foram pressionados por Bolsonaro a aderir a um golpe. Braga Netto também tentou pressionar. O único que se colocou à disposição de participar foi o ex-comandante da Marinha.

Anderson Torres foi indiciado pela omissão nos ataques à sede dos Três Poderes em 8 de janeiro, quando era secretário de Segurança do Distrito Federal. Já contra Augusto Heleno, pesam anotações encontradas em uma agenda com medidas que poderiam ser adotadas, como a prisão de delegados.

O relatório conclui o inquérito das milícias digitais que ja indiciou o ex-presidente na falsificação dos cartões de vacinação e nos desvios das joias sauditas. Ambas estão em análise pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que pode pedir novas diligências, arquivar ou apresentar denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF).