Pesquisar
PATROCINADORES
PATROCINADORES

Como era o plano do PCC para matar Moro, promotores e policiais

Inteligência da PF monitorou criminosos e fez prisões. Família do ex-ministro da Justiça também era alvo

Uma inédita operação da Polícia Federal (PF) prendeu, na madrugada desta quarta-feira (22), criminosos ligados à facção Primeiro Comando da Capital (PCC) que pretendiam sequestrar autoridades que atuaram contra o crime organizado em nível federal, condenando seus líderes e colocando-os em prisões de segurança máxima. O principal alvo era o ex-juiz da Lava-Jato, o agora senador Sergio Moro (União Brasil-PR). O senador saberia do plano há cerca de dois meses e estava sob proteção da Polícia Militar do Paraná. Quando ministro da Justiça, Moro colocou boa parte da cúpula da facção em presídios federais onde ficaram isolados sob Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). Entre eles estava Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, o líder nominal do PCC. Os ataques seriam planejados desde 2022, porém a PF não revelou desde quando monitorava os criminosos. A operação foi batizada de Sequaz, em referência ao ato de seguir, vigiar, acompanhar alguém, devido ao método utilizado pelos criminosos para levantar informações sobre a rotina das possíveis vítimas.

Entenda todo o caso

  •  24 mandados de busca e apreensão e 11 de prisão em São Paulo, Paraná, Rondônia e Mato Grosso do Sul. Seis foram presos em Campinas (SP);
  • O ministro da Justiça Flávio Dino não deu detalhes sobre a operação, mas é certo que a PF monitorava os criminosos;
  • A operação do PCC foi desvendada a partir de uma investigação que contou com o Ministério Público Estadual de São Paulo (MP-SP) que ganhou o reforço da PF e das PMs paulista e paranaense;
  • O promotor de Justiça seria Lincoln Gakiya, que ajudou a condenar e manter presos vários integrantes da facção. Gakiya vive sob escolta há anos. Ele é do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo na região de Presidente Prudente, interior de São Paulo;
  • Outro alvo seria um comandante da Polícia Militar de São Paulo;
  • O deputado Rogério Marinho (PL-RN) afirmou que Moro teria conhecimento do plano há mais de um mês – na verdade ele saberia há quase dois meses do plano;
  • Moro estava sob proteção da PM do Paraná há dois meses, desde que a PF descobriu o plano;
  • As câmeras de segurança de um posto de combustível frequentado pelo senador foram monitoradas pelos criminosos;
  • Ao menos dez envolvidos se revezavam no monitoramento da família do senador em Curitiba. É estimado que ao menos 30 participariam do ataque;
  • Não há informação se os demais alvos conhecidos também estariam sob escolta velada das autoridades policiais;
  • Os criminosos teriam alugado chácaras, casas e até um escritório próximos dos endereços de suas potenciais vítimas, incluindo o senador Moro; 
  • A PF encontrou carros de luxo, motos e malotes com documentos e um cofre com dinheiro nas “bases” do PCC;
  • Alguns dos suspeitos com mandados de prisão são: Janeferson Aparecido Mariano, Patrick Uelinton Salomão, Valter Lima Nascimento, Reginaldo Oliveira de Sousa, Sidney Rodrigo Aparecido Piovesan, Claudinei Gomes Carias, Herick da Silva Soares e Franklin da Silva Correa;
  • Até 9h40 foram confirmadas nove prisões;
  • Patrik Velinton Salomão, 42, o Forjado, é apontado pelo MP-SP como um dos planejadores do ataque. Integrante da “sintonia fina” do PCC (que cuida de operações complexas), ele deixou a penitenciária federal de Brasília em fevereiro do ano passado, após cumprir a maior parte de sua pena, que alcançaria 15 anos e 10 meses de prisão. Ele seria solto em 14 de setembro deste ano, mas por ter estudado e feito cursos, saiu antes. Forjado está foragido;
  • Em São José dos Pinhais (PR), os agentes da PF encontraram um cômodo atrás de uma parede falsa preparado para ocultar sequestrados – provavelmente familiares de Moro, como sua esposa, a deputada federal Rosângela Moro (União Brasil-SP);
  • Ela comento: “Autoridades presas e bandidos soltos? Esse não pode ser o caminho. Haverá outros juízes, promotores e ministros da Justiça nos próximos anos. Eles terão que passar por isso também?”;
  • Um dos objetivos da ação, seria obter dinheiro com resgates e conseguir devolver Marcola para presídios estaduais em São Paulo. Desde 2018 o líder do PCC é transferido entre presídio federais. Desde o início de 2023 ele está em Brasília, antes passou por Porto Velho (RO) e Mossoró (RN);
  • Algumas das propostas do pacote anticrime de Moro causariam fúria entre os criminosos de facções, como o fim das visitas íntimas e o monitoramento dos contatos dos presos, incluindo seus advogados;
  • Por questões de segurança, Marcola e outros 21 integrantes do PCC foram transferidos na manhã desta quarta-feira (22) para um presídio federal ainda não divulgado;
  • O plano entrou em operação entre julho e outubro de 2022, com o monitoramento de Moro e família;
  • De acordo com o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT), o presidente Lula não teve conhecimento prévio da operação. Lula tem criticado abertamente Moro por causa de sua prisão na Lava-Jato e chegou a citar que “acabaria” com o senador;
  • “O PCC escolheu autoridades que causavam algum tipo de descontentamento”, afirmou o promotor Lincoln Gakiya, um dos alvos. Gakiya condenou diversos integrantes da facção e sofre seguidas ameaças;
  • Só para ficar de olho no senador a facção teria gasto quase R$ 3 milhões com imóveis, esconderijos, carros blindados e armas.
Sete suspeitos foram detidos em Campinas (SP), informou a PF

O que MONEY REPORT publicou

Compartilhe

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pergunte para a

Mônica.

[monica]
Pesquisar

©2017-2020 Money Report. Todos os direitos reservados. Money Report preza a qualidade da informação e atesta a apuração de todo o conteúdo produzido por sua equipe.