Apontado como o “consultor” de Glaidson Acácio dos Santos, o “faraó das bitconis”, detido desde 25 de agosto pela Polícia Federal (PF), Michael de Souza Magno (imagem) estava foragido e foi localizado nesta terça-feira (12), no interior de São Paulo. Ambos estão denunciados juntos com outras 19 pessoas por fraude contra o sistema financeiro nacional e formação de quadrilha no âmbito da Operação Kriptos II, que desbaratou um esquema que prometia ganhos irreais com criptomoedas.
Michael de Souza Magno foi interceptado pela PF em Araçariguama (SP), quando trafegava pela rodovia Castelo Branco a bordo de um Jaguar. Autoproclamado “consultor das estrelas”, ele aparecia ao lado de celebridades as quais alegava ter fechado grandes negócios imobiliários. As imagens ajudariam a dar credibilidade ao negócio fraudulento. Em conversas telefônicas interceptadas, Michael se gabava de lidar com aportes de R$ 2 bilhões no esquema ilegal. Ele deve ser tranferido para o Rio nesta quarta-feira (13).
Há suspeitas que Glaidson, sua esposa, a venezuelana Mirelis Zerpa, Michael e outros tenham aberto contas no exterior para enganar a Receita Federal e os investidores da GAS Consultoria Bitcoin, sediada na Região dos Lagos fluminense. Considerada a operadora internacional da quadrilha, Zerpa fugiu para os Estados Unidos dias antes da prisão de Glaidson e segue foragida. Com ajuda da Interpol, as investigações sobre movimentações bancárias se concentram nos Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos, Portugal, Uruguai, Colômbia e Malta.
A quadrilha movimentou cerca de R$ 6,9 bilhões em seis anos por meio de um esquema de Ponzi – pirâmide financeira que envolve a promessa de pagamento de rendimentos anormalmente altos aos investidores à custa do dinheiro pago pelos que chegam posteriormente.